Kaja Kallas, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), declarou nesta segunda-feira (23/6) que o fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã seria uma situação de alto risco e prejudicial para todas as partes.
Antes de se reunir com ministros das Relações Exteriores da UE, Kaja Kallas alertou sobre os perigos de uma possível retaliação e o agravamento do conflito, ressaltando a gravidade do bloqueio do importante canal marítimo.
O Irã tem indicado que considera todas as opções, inclusive o fechamento do Estreito de Ormuz, crucial para o transporte de petróleo, localizado entre Omã e Irã.
O Parlamento iraniano aprovou o bloqueio no domingo (22/6), após o bombardeio de três instalações nucleares iranianas pelos Estados Unidos, mas a medida ainda depende da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
Ataque dos Estados Unidos
O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que tropas americanas atacaram três locais nucleares no Irã no sábado (21/6), em meio ao aumento da tensão entre o Irã e Israel.
O conflito escalou após ataques das Forças de Defesa de Israel a instalações nucleares em Teerã em 13 de junho, seguido por retaliações iranianas que aumentaram o potencial de uma guerra regional.
Um dos alvos, Fordow, é uma instalação subterrânea com capacidade para operar três mil centrífugas para enriquecimento de urânio, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU.
A Administração de Informação de Energia dos EUA reporta que, em 2024, o Estreito de Ormuz foi responsável por cerca de 20 milhões de barris de petróleo diários, equivalente a 20% do consumo global de petróleo líquido. Portanto, fechar esta rota deixaria poucas alternativas para o escoamento do petróleo.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, solicitou que o governo da China intervenha junto ao Irã para evitar o fechamento do estreito, destacando a dependência chinesa do Estreito de Ormuz para seu abastecimento de petróleo.