Autoridades disseram que os russos atacaram uma escola que abrigava 400 refugiados na cidade
A Ucrânia rejeitou os pedidos da Rússia para entregar Mariupol, cidade portuária a 780 quilômetros da capital, Kiev. O local tem sofrido intensos bombardeios. A população está cercada, com pouca água e comida, informaram as autoridades.
“Não pode haver nenhuma questão de rendição, deposição de armas”, disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, ao portal de notícias Ukrainska Pravda, no domingo 20. “Já informamos o lado russo sobre isso.”
Moscou argumentou que uma “terrível catástrofe humanitária” está para ocorrer em Mariupol e propôs, para a rendição dos ucranianos, a abertura de um corredor humanitário na manhã desta segunda-feira, 21.
A cidade portuária sofreu neste fim de semana alguns dos bombardeios mais pesados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro. No sábado 19, o Exército russo bombardeou uma escola que servia de abrigo para centenas de pessoas, disseram as autoridades locais.
“Ontem, os ocupantes russos lançaram bombas sobre a escola onde haviam se refugiado 400 moradores de Mariupol, mulheres, crianças e idosos”, comunicou a prefeitura da cidade portuária, um dos principais alvos da ofensiva russa no momento. “Sabemos que o edifício foi destruído e que gente pacífica está debaixo dos escombros. Estamos buscando informações sobre o número de vítimas.”
Cidade estratégica
Mariupol tornou-se estratégica para as tropas da Rússia, que tentam criar uma ponte terrestre ligando a Península da Crimeia, anexada pelos russos em 2014, à região do Donbass, onde estão duas autoproclamadas repúblicas separatistas (Lugansk e Donetsk, província onde fica Mariupol). Moscou busca ainda cortar o acesso ucraniano ao mar de Azov, que banha a região.
A intensificação dos ataques a Mariupol tem prejudicado os trabalhos de busca em um teatro da cidade bombardeado na quarta-feira 16. Autoridades informaram que centenas de pessoas estavam abrigadas ali. Ao menos 130 teriam sido resgatadas na sexta-feira e cerca de 1,3 mil ainda estariam dentro do edifício, provavelmente em um abrigo antiaéreo.