O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, declarou na sexta-feira (7/11) que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas permanece extremamente instável e que a assistência humanitária prometida para a Faixa de Gaza ainda não foi totalmente entregue. De acordo com ele, Israel estaria barrando o envio dos suprimentos acordados, comprometendo a continuidade do pacto firmado em 10 de outubro.
“Garantir a permanência do cessar-fogo na região é vital. Entretanto, ele é muito frágil. Temos evidências claras de que Israel, sob a liderança de Benjamin Netanyahu, não confia nos objetivos centrais do cessar-fogo”, declarou Fidan em entrevista coletiva em Ancara. “Uma das principais evidências é que a quantidade combinada de ajuda humanitária ainda não foi entregue. O lado palestino está cumprindo as condições do cessar-fogo com extremo comprometimento.”
Israel desrespeita cessar-fogo em Gaza
O chanceler turco também criticou Israel por continuar efetivando ataques contra Gaza, citando alegadas violações do Hamas. Ele defendeu que o Conselho de Segurança da ONU avance nas discussões para o envio de uma força internacional de estabilização à região.
“Estamos avaliando as oportunidades e riscos da resolução, determinando nossos esforços e áreas onde podemos contribuir positivamente. Apresentamos nossas propostas e discutimos com os americanos e outros parceiros. Estamos trocando opiniões e informando outros membros do Conselho de Segurança sobre nossa posição”, afirmou.
A Turquia tem tentado se firmar como mediadora no conflito e organizou, no início da semana, uma reunião em Istambul com diplomatas de países árabes e outras nações para discutir a implementação do cessar-fogo e formas de ampliar a ajuda humanitária.
Relação comercial encerrada com Israel
No final de agosto, destacando sua relação delicada com Israel, o governo turco suspendeu totalmente suas relações comerciais e logísticas com o país.
“Interromperemos totalmente o comércio com Israel. Não permitiremos que embarcações turcas acessem portos israelenses nem que aeronaves israelenses tenham acesso ao nosso espaço aéreo. Nenhum outro país cortou os laços comerciais com Israel tão completamente”, declarou Fidan na ocasião.