Cercada por conflitos, a Otan se prepara para confirmar um aumento significativo nos gastos de Defesa, exigido pelo presidente americano, Donald Trump. A Espanha, com dúvidas sobre a obrigatoriedade de investir 5% do PIB na aliança, se considera isenta dessa meta.
Após anunciar um cessar-fogo entre Israel e Irã, Trump segue para Haia, onde vai participar de um banquete promovido pelo rei holandês Willem-Alexander para os 32 líderes da organização. Durante o voo, o presidente aproveitou para pressionar os parceiros europeus, especialmente sobre o artigo 5 do Tratado de Washington, que une os membros a se defenderem mutuamente em caso de ataque.
Donald Trump destacou que a definição do artigo 5 pode variar, condicionando o compromisso à forma como é interpretado. Ele exige que os países europeus e o Canadá elevem seus investimentos em Defesa para 5% do PIB, ameaçando reduzir apoio e presença militar caso isso não ocorra.
No caminho para os Países Baixos, Trump compartilhou uma mensagem de elogio do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, que reconheceu a difícil conquista desse consenso. Rutte afirmou que a Europa deve arcar com gastos altos, enfatizando que essa medida não é para agradar os Estados Unidos, mas sim uma resposta à ameaça russa.
O aumento planejado para 2035 combina 3,5% para gastos militares diretos com 1,5% para investimentos em áreas como cibersegurança e proteção de fronteiras.
Outro foco da cúpula é a situação da Ucrânia. Trump e Volodymyr Zelensky têm um encontro previsto em Haia, enquanto líderes europeus, como António Costa e Ursula von der Leyen, reafirmam apoio contínuo à Ucrânia e anunciam novos pacotes de sanções contra a Rússia.
A Espanha permanece cautelosa: seu primeiro-ministro, Pedro Sánchez, declarou que o país manterá gastos em 2,1%, considerando a meta de 5% desproporcional e potencialmente prejudicial ao modelo social espanhol. Mark Rutte assegurou que haverá flexibilidade para o país, embora a cúpula não preveja exceções formais entre os membros.