O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, informou que o presidente Donald Trump vai se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o objetivo de fortalecer os laços do Brasil com os Estados Unidos e reduzir a influência da China no país. A fala foi feita durante o voo a caminho de Kuala Lumpur (Malásia), onde ambos participaram da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
“Vamos nos reunir com eles. O presidente terá contato com Lula — provavelmente na Coreia do Sul ou na Malásia. Eles mantiveram uma conversa bastante positiva recentemente. Também me encontrei com o ministro das Relações Exteriores há cerca de uma semana”, declarou Rubio.
Embora não esteja claro se o encontro será na Coreia do Sul ou na Malásia, Rubio destacou que os Estados Unidos desejam convencer Lula da importância de priorizar a relação com Washington em relação a Pequim. A China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil há 15 anos.
“O Brasil é um país grande e significativo. Pensamos que, a longo prazo, é melhor para o Brasil escolher os EUA como parceiro comercial preferencial ao invés da China, devido à proximidade geográfica, semelhanças culturais e alinhamento estratégico em várias áreas”, explicou Rubio.
Apesar da confirmação do encontro, o secretário afirmou que a imposição de tarifas elevadas pela Casa Branca a produtos brasileiros não será resolvida imediatamente. As taxas, que chegaram a 50%, foram justificadas por preocupações relacionadas ao tratamento de aspectos digitais e também pela percepção de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Há algumas questões pendentes sobre como o Brasil tem lidado com juízes e o setor digital nos EUA, especialmente sobre publicações feitas a partir dos Estados Unidos em redes sociais. Isso está envolvido na situação. O presidente irá buscar formas de superar esses desafios, pois acreditamos que isso seria benéfico, mas demandará tempo”, comentou Rubio.
Sobre a crise na Venezuela, onde os EUA enviaram navios e tropas sob a justificativa de combate ao narcotráfico, Rubio foi perguntado se Lula poderia atuar como mediador. Embora o ex-presidente brasileiro tenha mantido boa relação com o líder venezuelano Nicolás Maduro, essa proximidade diminuiu quando Lula não reconheceu o resultado das últimas eleições venezuelanas.
“Nem mesmo Lula reconhece Maduro como vencedor legítimo da eleição ou líder legítimo da Venezuela. Não sei se eles podem ajudar nessa situação. É interessante, pois temos interesses americanos globalmente, mas quando aplicamos isso no nosso hemisfério, que é onde deveríamos focar mais atenção e energia, as reações costumam ser fortes”, concluiu Rubio.
