FÁBIO PUPO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Donald Trump assinou um decreto nesta quarta-feira (30) que deve isentar cerca de 75% das exportações minerais do Brasil para os Estados Unidos. Essa estimativa inicial foi feita pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).
Segundo o instituto, o Brasil exportou US$ 1,53 bilhão para os EUA em 2024. Deste montante, aproximadamente 25% será afetado pela decisão.
A sobretaxa de 50% aplicada por Trump a produtos brasileiros não alcança itens como silício metálico, ferro-gusa, alumina para uso metalúrgico, minério de estanho, metais preciosos e fertilizantes.
Os setores mineral, metalúrgico e siderúrgico são importantes na lista de exportações brasileiras para os EUA. Entre os 20 principais produtos vendidos estão ferro e aço, ferro fundido bruto, óxidos de alumínio e minério de ferro.
“O Ibram está estudando o decreto para entender melhor os seus efeitos e reafirma o compromisso de trabalhar para que todos os minerais brasileiros sejam excluídos da nova tarifa”, disse a entidade.
Esses minerais são parte de uma política estratégica dos EUA, que precisam desses materiais para suas cadeias produtivas e, em alguns casos, querem evitar dependência de países como a China, especialmente em relação às chamadas terras raras, um grupo de 17 elementos essenciais para diversos setores, inclusive o militar.
Este mês, Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, afirmou que o governo americano tem interesse nos materiais estratégicos presentes no Brasil. Essa informação foi noticiada pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha de S. Paulo.
O presidente Lula (PT) defendeu a soberania brasileira sobre esses recursos. “Temos todo o nosso petróleo, todo o nosso ouro, todos os minerais valiosos que vocês querem proteger, e aqui ninguém toca”, declarou ele durante um discurso em Minas Gerais na semana passada.