O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que não enviará representantes para a reunião do G20 em Joanesburgo, na África do Sul, marcada para os dias 22 e 23 de novembro. Essa decisão foi tomada em resposta às denúncias de maus-tratos a fazendeiros brancos no país africano.
“É uma vergonha que o G20 aconteça na África do Sul. Os africâneres — pessoas descendentes de colonos europeus, como holandeses, franceses e alemães — estão sendo assassinados e suas propriedades são tomadas ilegalmente”, afirmou Trump em postagem no Truth Social.
Trump já havia alertado sobre o que chama de “genocídio de brancos” na África do Sul. Em maio, durante uma visita do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa à Casa Branca, Trump o confrontou publicamente.
O presidente americano critica uma lei de reforma agrária que visa corrigir desigualdades históricas causadas pela segregação racial no país, onde a maioria negra foi confinada em pequenas áreas por muitas décadas.
“Muitas pessoas tentam entrar nos Estados Unidos porque temem pela vida e pela perda de suas terras. Existem leis que autorizam a apreensão de propriedades sem compensação”, declarou Trump ao presidente sul-africano.
Ramaphosa rejeitou as acusações, chamando as alegações feitas pela Casa Branca de “totalmente infundadas”.
Essas alegações de “genocídio branco” são comuns em grupos de extrema-direita desde o fim do apartheid, em 1994. Uma das vozes mais destacadas na causa é o empresário sul-africano Elon Musk, que integrou o governo de Donald Trump até romper com ele em junho deste ano.
Quanto à cúpula do G20, Trump anunciou sua intenção de participar da edição de 2026, que ocorrerá em Miami, nos Estados Unidos. Ele deseja que o evento aconteça no Trump National Doral, seu resort particular de golfe na Flórida.
