O enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Steve Witkoff, e o genro do republicano, Jared Kushner, vão ao Egito neste fim de semana para discutir a libertação de reféns e outros pontos do plano de paz para a Faixa de Gaza. A confirmação veio de autoridades americanas à CNN Internacional.
Embora o Hamas tenha concordado, nessa sexta-feira (3/10), em libertar os reféns que mantém presos, o grupo não aceitou os restantes pontos da proposta dos EUA, que possui 20 cláusulas.
Segundo o jornal Haaretz, a equipe de negociação de Israel começou a se preparar para retomar as conversas, que ocorrerão no Egito, em vez do Catar, devido ao aumento das tensões entre Tel Aviv e Doha após um ataque israelense a líderes do Hamas na capital do Catar, no mês passado.
Uma delegação do Hamas deve chegar ao Cairo na noite deste sábado (4/10) para participar das negociações que podem definir a primeira fase do plano de Trump, que prevê libertação de reféns e um recuo parcial das tropas israelenses em Gaza.
Israel deverá apresentar mapas mostrando as áreas para retirada inicial, enquanto Washington tenta mediar os últimos ajustes. Além de Witkoff e Kushner, participarão o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o chefe do serviço de inteligência interno (Shin Bet).
Pontos em aberto do plano de paz
Entre os pontos pendentes está a lista de prisioneiros palestinos a serem libertados em troca dos reféns israelenses. O plano define a quantidade, mas não os nomes, uma lacuna que Israel tenta resolver antes da reunião.
Outro impasse é a desmilitarização de Gaza. O Hamas quer manter armas leves, o que Israel ainda analisa. Também não há acordo sobre as zonas exatas de retirada do exército em três fases do acordo, consideradas vagas no texto.
“Entraremos em negociações sobre todos os aspectos do programa”, afirmou Musa Abu Marzouk, alto funcionário do Hamas, à emissora Al-Jazeera, dizendo que o grupo entregaria as armas apenas “no dia em que um Estado palestino soberano for criado”.
As negociações no Cairo marcarão o início da primeira fase do plano de Trump, que prevê uma trégua gradual, libertação de reféns e uma administração civil temporária para Gaza.
Mesmo assim, a ofensiva israelense em Gaza continuou na manhã de sábado, mesmo após o apelo de Trump para cessar ataques. Pelo menos 20 palestinos foram mortos.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), coronel Avichay Adraee, disse que as tropas continuam na área e alertou a população para não retornar às zonas de conflito.