O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, encontra-se neste domingo (28/12) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscando avanços diplomáticos para discutir um possível cessar-fogo na guerra contra a Rússia. Este encontro acontece em meio à forte resistência do líder russo, Vladimir Putin, que reafirma sua determinação em não ceder os territórios ocupados desde 2022.
Na véspera da reunião, Putin reiterou sua posição rígida, declarando que, se Kiev rejeitar os termos impostos por Moscou, a Rússia continuará sua ofensiva militar. Segundo Putin, a chance de retirada das tropas das áreas ocupadas é praticamente inexistente.
“Se a Ucrânia não quiser resolver a questão de forma pacífica, a Rússia utilizará todas as suas forças militares conforme a estratégia do Distrito Militar Central”, afirmou Putin.
Para Putin, a única solução para o conflito seria a desistência da Ucrânia sobre os territórios ocupados, uma condição que Zelensky tenta evitar a todo custo.
Enquanto Zelensky busca fortalecer o apoio político e militar do Ocidente, Putin permanece inflexível, sinalizando que não abrirá mão de suas demandas estratégicas, o que traz dúvidas sobre a possibilidade de um acordo de paz em curto prazo.
Alianças e apoios internacionais
Nos últimos meses, Zelensky intensificou o diálogo com líderes europeus e aliados estratégicos para consolidar sua posição antes da reunião com Trump. Na sexta-feira, o presidente ucraniano passou brevemente pelo Canadá, onde se reuniu com o primeiro-ministro Mark Carney e participou de uma conferência com líderes europeus.
Durante a visita, o primeiro-ministro anunciou a liberação de 2,5 bilhões de dólares canadenses em ajuda econômica para a reconstrução da Ucrânia, classificando o ataque russo ocorrido na noite de sexta-feira como um ato cruel.
Zelensky declarou que a ofensiva russa é uma reação direta às tentativas diplomáticas e afirmou: “Está claro que Putin não deseja a paz. Nós queremos.” Ele defendeu maior pressão internacional sobre Moscou e garantias de segurança amplas para Kiev.
Posicionamento de Trump
Próximo ao encontro, Trump adotou um tom crítico ao referir-se a Zelensky, afirmando na entrevista ao site Politico que o presidente ucraniano “não tem recursos até que eu autorize”, em referência às negociações para encerrar o conflito.
Em declarações anteriores, Trump relembrou um confronto vivido no Salão Oval com Zelensky e sugeriu que o momento mais adequado para negociar teria sido naquele período.
No entanto, Trump expressou otimismo quanto ao encontro, afirmando que acredita que a conversa com Zelensky e, em breve, com Putin será positiva.
Negociações com desafios
As negociações diplomáticas lideradas por Washington e Kiev continuam envoltas em incertezas. Zelensky pretende tratar diretamente com Trump temas delicados, como possíveis concessões de territórios exigidas pela Rússia para acabar com o conflito, enfatizando que decisões dessa natureza devem ser tomadas pelos chefes de Estado.
Em entrevista, o líder ucraniano afirmou que, embora o encontro possa não resultar em um acordo imediato, ambas as partes tentarão avançar o máximo possível.
Ele também mencionou que um plano de paz com 20 pontos, elaborado conjuntamente por autoridades ucranianas e americanas, está quase concluído. Esse documento prevê garantias de segurança para a Ucrânia e mecanismos para a reconstrução após a guerra.
Entre os principais obstáculos estão o futuro da usina nuclear de Zaporizhzhia, atualmente sob controle russo, e a criação de possíveis zonas desmilitarizadas ao longo da linha de frente, especialmente na região de Donetsk.

