Donald Trump não se diz mais amigo do ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, a quem acusa de deslealdade
Donald Trump não se diz mais amigo do ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, a quem acusa de deslealdade por ter parabenizado Joe Biden por sua vitória eleitoral no ano passado.
“Que vá à merda!”, foi o que disse o ex-presidente dos Estados Unidos ao jornalista israelense Barak Ravid, que o entrevistou para um livro sobre as relações israelense-americanas durante os anos de Trump, informou nesta sexta-feira (10) o jornalista no site de notícias Axios.
“Donald Trump e Benjamin Netanyahu foram aliados políticos muito próximos durante os quatro anos que ficaram no poder, ao menos em público”, escreve Barak Ravit. “Isso acabou”.
O jornalista afirma ter se reunido duas vezes com o magnata republicano para seu livro “Trump’s Peace: The Abraham Accords and the Reshaping of the Middle East” (A paz de Trump: Os acordos de Abraão e a remodelação do Oriente Médio, em tradução livre).
Em ambas as ocasiões, o ex-presidente dos Estados Unidos, que nunca admitiu sua derrota eleitoral em novembro de 2020, criticou duramente Netanyahu, agora líder da oposição em Israel.
“Gostava de Bibi. Ainda gosto. Mas também gosto da lealdade. A primeira pessoa a parabenizar Biden foi Bibi. E não só o parabenizou, mas fez um vídeo”, disse Trump em abril. “Foi um dos primeiros. Não falei com ele desde então. Que vá à merda”.
Trump sentiu que fez mais por Israel e Netanyahu que qualquer outro presidente de seu país.
Ele citou como exemplos a retirada do acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, a reabertura da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, a manutenção das forças do país americano na região e o reconhecimento da soberania de Israel sobre as Colinas de Golã.
O jornalista israelense voltou a falar com Trump em julho, quando Netanyahu foi derrotado após 12 anos no poder. “Me agrada, mas levava muito tempo lá”, disse o americano.
Netanyahu reagiu a esse comentário em um comunicado que enviou a Axios. “Aprecio muito a importante contribuição do presidente Trump para Israel e sua segurança. Também entendo a importância da forte aliança entre Israel e Estados Unidos e, portanto, julguei importante parabenizar o presidente eleito”, afirmou.
