São Paulo, 23 – Com uma postura mais amigável entre Brasil e Estados Unidos na ONU, o Ibovespa atingiu pela primeira vez os 146 mil pontos e renovou seu recorde intradia, chegando a 147 mil durante o pregão. No meio do dia, o presidente americano Donald Trump comentou que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é uma pessoa “muito agradável” e que eles se encontrariam na próxima semana após um breve cumprimento na ONU que incluiu até um abraço.
“Tivemos excelente química”, disse Trump.
Esse relato inesperado foi um impulso para o Ibovespa, que chegou a 147.178,47 pontos, e fez o dólar fechar no menor valor do dia, R$ 5,2771, valorizando o real. Embora tivesse sido informado que uma nova conversa entre Lula e Trump ocorreria ainda hoje na ONU, isso foi corrigido para “a partir de agora”.
No fechamento, o Ibovespa subiu 0,91%, ficando em 146.424,94 pontos, com volume financeiro de R$ 20,5 bilhões. Na semana, em duas sessões, teve alta de 0,38%. No mês, sobe 3,54% e, no ano, já acumulava 21,73%.
Trump comentou ainda: “Ele parece ser um homem muito agradável. Gostei dele e ele gostou de mim. Eu só faço negócios com pessoas de quem eu gosto.” O encontro na ONU durou menos de um minuto, mas notou uma “excelente química”, o que é um bom sinal para ambos.
O encontro foi confirmado oficialmente, e a Presidência do Brasil confirmou que foi rápido e amigável, com a promessa de uma conversa entre os presidentes na próxima semana.
Esse momento de aproximação manteve o Ibovespa acima dos 146 mil pontos e o dólar abaixo de R$ 5,30, com o mercado reagindo positivamente ao clima diplomático entre os dois países, diferente do cenário negativo que se viu em bolsas americanas no dia.
Em destaque, as ações de bancos públicos recuperaram-se bastante, com Banco do Brasil subindo 2,88%. Petrobras também teve valorização. Outras empresas do índice Ibovespa tiveram ganhos expressivos, enquanto algumas caíram, como as ações da nova empresa MBRF, que reunirá Marfrig e BRF.
Especialistas ressaltaram que o discurso amigável trouxe mais confiança para o mercado, refletindo-se no câmbio e na bolsa. A possibilidade de negociações futuras sobre tarifas comerciais entre os EUA e o Brasil está no radar dos investidores.
Os juros futuros também recuaram com a perspectiva de melhor relacionamento entre os países e com a queda do dólar e dos títulos americanos.
Em breve entrevista, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA afirmou que a conversa entre Lula e Trump foi breve, positiva e que ambos perceberam vários pontos em comum para estreitar laços.
Analistas indicam que esse clima de aproximação pode trazer mais estabilidade para o mercado brasileiro, reduzindo riscos diplomáticos e atraindo investimentos.
Dólar
A “excelente química” entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva foi o principal motivo para o real ter a melhor performance entre as moedas emergentes, com o dólar à vista caindo 1,11%, para R$ 5,2791, seu menor fechamento desde junho de 2024. Espera-se que isso abra caminho para negociações tarifárias entre os dois países.
Gestores de câmbio destacam que esse tom mais amigável reduz incertezas e abre espaço para diálogo.
O Palácio do Planalto confirmou o encontro rápido e amistoso dos presidentes na ONU, com sinalização de reunião futura.
O preço do petróleo também ajudou a valorizar o real, subindo após quatro sessões negativas.
No contexto econômico, declarações do presidente do Federal Reserve dos EUA e dados do Banco Central brasileiro são acompanhados de perto, pois impactam expectativas de juros e câmbio.
Juros
Os juros futuros recuaram durante o pregão, impulsionados pela expectativa de melhoria nas relações entre Brasil e Estados Unidos, pelo dólar mais fraco e pelos rendimentos dos títulos americanos em queda.
As taxas para contratos futuros registraram redução nos pregões, refletindo esse cenário mais otimista.
Autoridades americanas afirmaram que ainda não há detalhes sobre a próxima reunião entre Lula e Trump, mas enfatizaram o caráter positivo e espontâneo do encontro recente.
Economistas veem que o ambiente favorece estabilidade para o mercado doméstico, embora efeitos econômicos diretos possam ser limitados.
O presidente do Federal Reserve afirmou que continuará avaliando dados econômicos para definir a política monetária, destacando uma postura cautelosa frente a riscos de emprego e inflação.
A ata do Copom reforçou a necessidade de manter juros elevados no curto prazo, dado o cenário interno e externo.
Especialistas financeiros comentam que a curva de juros deve começar a indicar flexibilização apenas no início de 2026, mas que técnicamente é possível uma redução da Selic ainda este ano.