27.5 C
Brasília
terça-feira, 19/08/2025

Trump diz que Ucrânia terá muitos territórios, mas sem a proteção da Otan

Brasília
céu limpo
27.5 ° C
28.1 °
27.5 °
25 %
4.1kmh
0 %
ter
28 °
qua
29 °
qui
29 °
sex
30 °
sáb
30 °

Em Brasília

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falou sobre a divisão das áreas da Ucrânia atualmente sob controle russo, após a reunião realizada na segunda-feira (18/8), que contou com a presença do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus na Casa Branca, em Washington, D.C.

Em entrevista à Fox News na terça-feira (19/8), Trump afirmou que a Ucrânia manterá “muito território”, referindo-se às regiões ocupadas por tropas russas, mas não especificou quais são essas áreas.

Quanto às garantias de que a Ucrânia não será atacada novamente, tema levantado pelos líderes europeus na reunião, Trump declarou que haverá algum tipo de segurança, porém não no formato oferecido pela Otan.

O presidente ucraniano tem repetidamente afirmado que não aceitará negociar seus territórios com Moscou, uma condição imposta pelo presidente russo, Vladimir Putin, para estabelecer um acordo de paz.

Trump também declarou não ter certeza se Putin estará disposto a fechar um acordo e que isso ficará claro nas próximas duas semanas.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sugeriu que as garantias de segurança para a Ucrânia devem se assemelhar ao Artigo 5 da Otan, que implica na intervenção dos aliados caso um membro sofra ataque.

Após a reunião, o chanceler russo, Sergei Lavrov, indicou que a Rússia está aberta a discutir a paz e sinalizou a possibilidade de abrir mão de parte dos territórios ocupados, destacando que a Rússia também pensa na segurança dos seus cidadãos.

O governo ucraniano já iniciou a elaboração dos termos para as garantias de segurança que serão incluídas na proposta de paz.

Antes do encontro, Zelensky deixou claro que não aceitará ceder territórios e que qualquer acordo deve incluir garantias internacionais similares às do Artigo 5 da Otan.

Segundo relato do enviado especial da Casa Branca, houve avanços nas conversas de Trump com Putin, que teria sinalizado interesse em discutir garantias de segurança, embora sem detalhar os termos.

Nas redes sociais, Trump pressionou Zelensky para aceitar as propostas de Putin, que incluem anexação de territórios como a Crimeia e a desistência da Otan, enquanto o presidente ucraniano negou que cogita ceder terras.

Um documento preliminar do plano russo prevê a retirada parcial das tropas russas do norte da Ucrânia, com contrapartidas consideradas inaceitáveis por Kiev, como o reconhecimento da anexação da Crimeia e a manutenção do controle russo sobre grande parte do Donbas.

Enquanto isso, a União Europeia busca fortalecer laços com Trump após a cúpula no Alasca, onde Putin conseguiu mudar a disposição do ex-presidente americano em relação a um cessar-fogo imediato e outras questões.

Há relatos de que Trump e Putin discutiram a possível cessão total das regiões de Donetsk e Lugansk à Rússia, incluindo áreas não ocupadas militarmente, proposta rejeitada por Zelensky, embora este tenha admitido a possibilidade de negociação sobre territórios controlados por tropas russas.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, reconheceu que a Ucrânia poderá, na prática, ter que aceitar a perda de territórios, ainda que isso não seja oficialmente reconhecido juridicamente.

Trump planeja organizar uma reunião trilateral com Ucrânia e Rússia já nesta sexta-feira (22/8), caso as conversas com Zelensky e líderes europeus avancem. Putin teria prometido participar, desde que Kiev aceite renunciar a determinados territórios.

No entanto, Putin continua a contestar a legitimidade de Zelensky, e há dúvidas sobre a real disposição do líder russo em negociar, suspeitando-se que ele pode estar buscando ganhar tempo para consolidar seus ganhos militares.

Veja Também