O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avançou em seu papel como “presidente da paz” nesta quarta-feira (19/11). Ele anunciou sua intenção de contribuir para o fim da guerra civil no Sudão, após solicitação do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman.
“Sua Majestade deseja que eu faça algo crucial relacionado ao Sudão. Inicialmente, isso não fazia parte dos meus planos. Pensei que era algo descontrolado e fora da realidade”, declarou Trump durante uma conferência de investimentos EUA–Arábia Saudita em Washington, na presença do príncipe.
“Mas compreendo a importância disso para você e para muitos de seus amigos aqui. Sudão — e vamos iniciar nosso trabalho pelo Sudão”, concluiu.
O conflito no Sudão já dura cerca de dois anos e meio e envolve as Forças Armadas sudanesas contra o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF). Organizações como a ONU e os Estados Unidos afirmam que ambos os lados têm cometido crimes de guerra e graves violações de direitos humanos.
A Arábia Saudita, país vizinho separado do Sudão pelo Mar Vermelho, enxerga a resolução do conflito como uma questão de segurança nacional.
Trump revelou que só passou a entender a gravidade do conflito após reunião na véspera com o príncipe saudita, que explicou detalhadamente toda a cultura e história local. “Já começamos a atuar nesse sentido”, disse ele.
Avanço paramilitar e situação humanitária em Darfur
O anúncio foi feito em meio a uma ofensiva recente das forças RSF. No início de novembro, o grupo aceitou uma proposta de trégua humanitária feita por EUA, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito.
Apesar disso, a milícia conquistou recentemente o controle de Al-Fashir, a principal cidade de Darfur Ocidental, encerrando 18 meses de cerco, bombardeios e fome severa. A ONU estima que mais de 65 mil pessoas fugiram da cidade, enquanto milhares permanecem isoladas. Antes do conflito, Al-Fashir tinha cerca de 260 mil habitantes.
Retomada das operações petrolíferas
Recentemente, o país retomou suas exportações de petróleo depois que ataques de drones realizados pelas RSF contra a infraestrutura sudanesa haviam interrompido oleodutos transfronteiriços.
Deng Lual Wol, subsecretário do Ministério do Petróleo, declarou que “as atividades em todos os campos de petróleo voltaram à normalidade”, restabelecendo o fluxo para o porto de exportação em Port Sudan, no Mar Vermelho.
Além disso, líderes do Sudão e do Sudão do Sul estão mantendo diálogo com um país terceiro na tentativa de evitar novos ataques contra as instalações petrolíferas.
