O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira (3/12) que o líder ucraniano Volodymyr Zelensky deveria ter buscado uma solução para o conflito com a Rússia em um momento anterior, alertando que a situação atual está desfavorável para Kiev.
“Eu disse ‘vocês estão sem opções’”, afirmou Trump a repórteres na Casa Branca, referindo-se ao encontro que teve com o ucraniano. “Aquele teria sido o momento certo para negociar. Achei que teria sido uma chance melhor para um acordo… Agora eles enfrentam muitos desafios”, completou.
Na reunião realizada em fevereiro, Trump ressaltou que os Estados Unidos poderiam retirar seu apoio caso a Ucrânia não buscasse um acordo, enfatizando que o país não detinha poder de negociação no conflito. Durante o encontro, houve um confronto de opiniões entre os líderes na Casa Branca.
Zelensky, por outro lado, afirmou que as negociações continuam progredindo. Em pronunciamento, o líder ucraniano destacou que sua equipe aguarda novos encontros com representantes do presidente americano em Washington, além de participações em reuniões em Bruxelas, inclusive no Conselho Ucrânia-OTAN e em encontros com equipes de segurança de líderes europeus.
“Estamos organizando reuniões nos Estados Unidos. Após a equipe americana retornar de Moscou e as consultas em Washington, Rustem Umerov, Andrii Hnatov e o restante da equipe de negociação seguirão com as discussões com os enviados do presidente Trump”, revelou.
O presidente ucraniano também destacou que a Ucrânia tem se mostrado totalmente cooperativa e rápida na colaboração com parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos, aguardando respostas sobre as negociações em breve, seja presencialmente ou por telefone.
No cenário internacional, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, reafirmou que a aliança continuará a investir bilhões em armamentos para a Ucrânia em 2025, reforçando o apoio militar e político da Europa e dos Estados Unidos.
Enquanto a diplomacia avança, o conflito no território permanece ativo. Moscou anunciou ter obtido controle das cidades estratégicas de Pokrovsk e Vovchansk, no leste ucraniano, versão negada por Kiev, que acusa a Rússia de exagerar seus ganhos militares.
De acordo com o Kremlin, ainda não há acordo oficial e não está prevista uma reunião direta entre Vladimir Putin e Donald Trump, com os próximos passos dependendo do avanço das negociações técnicas entre as equipes.