Nova York e Brasília — Durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada na terça-feira (23/9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dirigiu críticas à própria organização.
No início de seu discurso, ele mencionou que o teleprompter, aparelho que exibe o texto para leitura, apresentou problemas técnicos. Além disso, relatou que a escada rolante em que estava com a primeira-dama dos EUA, Melania Trump, parou de funcionar.
“Tudo que recebi da ONU foi uma escada que travou no meio do caminho. Se a primeira-dama não estivesse em excelente condição física, ela poderia ter caído. Felizmente, estamos ambos em ótima forma. E, para completar, o teleprompter falhou. Esses foram os dois únicos presentes que ganhei da ONU: uma escada ruim e um teleprompter ruim”, declarou Trump.
O líder americano afirmou que a ONU tem provocado “novos problemas”, incluindo a questão da imigração fora de controle.
“A ONU não está apenas encarando os desafios que deveria, mas também criando outras dificuldades para serem resolvidas. Um exemplo claro é o problema político atual da imigração desordenada, que está fugindo do controle. Nossos países estão sendo prejudicados, e a ONU está contribuindo para ameaças às fronteiras dos países ocidentais”, afirmou.
Trump também acusou a organização de promover a entrada ilegal de imigrantes nos EUA.
Ele alegou que “em 2024, a ONU destinou 370 milhões em ajuda financeira para apoiar cerca de 624 mil migrantes que se dirigem aos Estados Unidos. Pense bem, a organização está ajudando pessoas que entram ilegalmente no país, fornecendo alimentação, abrigo, transporte e cartões de débito para imigrantes ilegais”.
O presidente enfatizou que encerrou “sete guerras sem o apoio da ONU” e mencionou que deveria ser premiado com o Nobel da Paz.
“Eu e Lula tivemos ótima sintonia”, diz Trump
No seu discurso na tribuna da ONU, Trump comentou que conversou com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ambos se abraçaram e combinaram de se reunir “na próxima semana” para discutir as tarifas aplicadas ao Brasil. Eles se encontraram na saída do plenário onde Lula discursou antes de Trump.
Com bom humor, Trump mencionou que gosta de Lula e que prefere fazer negócios com pessoas que aprecia.
“Eu estava aqui, encontrei o líder do Brasil na entrada. Comentei com ele, nos cumprimentamos, e as pessoas ficaram surpresas dizendo: ‘Pode acreditar nisso?’. Concordamos em nos reunir na semana seguinte. O tempo foi curto, cerca de 20 segundos, mas falamos”, relatou Trump.
O presidente dos EUA continuou: “Ele parece uma pessoa muito simpática, gosto dele, e ele gosta de mim. Gosto de fazer negócios com quem eu aprecio. Se não gosto de alguém, prefiro não me envolver, mas nesses 30 segundos tivemos uma ótima conexão. Isso foi um bom sinal”.
O discurso do presidente brasileiro foi marcado por fortes críticas aos “ataques inéditos” contra as instituições do país, ocorrendo um dia após o governo americano intensificar sanções contra o Brasil em resposta à condenação recebida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.