O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou no sábado (4/10) o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, em Illinois. Segundo ele, a medida tem como objetivo enfrentar o aumento descontrolado da criminalidade na cidade.
De acordo com a vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Abigail Jackson, “o presidente Trump autorizou o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para proteger autoridades e bens federais em Chicago”.
Em resposta a essa ação, o governador de Illinois, JP Pritzker, afirmou que o Departamento de Defesa do governo Trump lhe deu um “ultimato: mobilizar suas tropas ou nós o faremos”.
Pritzker manifestou sua indignação dizendo que “é totalmente inaceitável e contrário aos valores americanos exigir que um governador envie forças militares para dentro de nosso próprio território contra nossa vontade”.
Ele classificou o ato de Trump como “uma encenação fabricada”, ressaltando que o envio dos soldados não é um esforço real para proteger a segurança da cidade.
“Para Donald Trump, isso nunca foi sobre segurança, mas sim controle”, declarou o governador. Ele reforçou ainda que não convocará a Guarda Nacional para “servir aos atos de agressão de Trump contra nosso povo”.
A iniciativa ocorre em um contexto de aumento da campanha de deportações em massa conduzida pelo governo norte-americano. Além de Chicago, Trump já determinou o envio de tropas para outras cidades, como Los Angeles e Washington.
Juíza suspende envio de tropas
Uma juíza distrital nos Estados Unidos bloqueou temporariamente a ordem de Trump para o deslocamento de 200 soldados para Portland, Oregon. A suspensão vale até 18 de outubro, podendo ser estendida.
Na decisão, a magistrada Karin Immergut destacou que os Estados Unidos possuem uma longa tradição de resistência a abusos governamentais, especialmente no que se refere à intervenção militar em assuntos civis.
A ordem inicial de Trump, anunciada na segunda-feira (27/9), previa envio das tropas para Portland com “total força, se necessário”, em resposta a protestos contra as ações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).