Em mais uma tentativa de cumprir a promessa de pôr fim à guerra na Faixa de Gaza, Donald Trump apresentou um novo plano de paz para o conflito, no qual se posiciona como figura central de um possível novo governo no território palestino.
Conflito na Faixa de Gaza
Desde outubro de 2023, a Faixa de Gaza tem sido o cenário de uma guerra que já resultou na morte de mais de 65 mil palestinos.
Em janeiro deste ano, Israel e Hamas firmaram um acordo de cessar-fogo, mediado pelos Estados Unidos, Catar e Egito.
No entanto, o plano de paz não avançou após a recusa de Israel em cumprir a segunda fase do acordo.
Desde então, Israel e Hamas discutem a possibilidade de uma nova trégua ou o encerramento total do conflito, mas sem progressos significativos nas negociações.
O plano prevê que a paz entre israelenses e palestinos seja alcançada em 20 pontos. O documento, apresentado pela Casa Branca após encontro entre Donald Trump e Benjamin Netanyahu, traz temas já abordados em outras ocasiões, mas introduz uma novidade: o presidente dos EUA como líder de um conselho responsável por coordenar a administração em Gaza.
Governança em Gaza
Gaza, governada desde 2007 pelo grupo Hamas, poderia ser administrada temporariamente por um comitê palestino independente e apolítico, supervisionado por um Conselho Internacional de Paz.
Este conselho seria presidido por Trump, com apoio de outras autoridades internacionais, como o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair.
Na prática, esse comitê cuidaria da gestão diária em Gaza e se reportaria diretamente ao conselho global liderado pelo presidente dos EUA.
Outros pontos relevantes
- O plano propõe que todos os reféns sob controle do Hamas, vivos ou mortos, sejam libertados em até 72 horas.
- Prevê a libertação de cerca de 1,9 mil prisioneiros palestinos por Israel, incluindo detidos desde o início do conflito e presos com sentença perpétua.
- Descarta qualquer tipo de expulsão de palestinos, garantindo a permanência dos moradores locais que assim desejarem.
- Inclui pela primeira vez a possibilidade de anistia para membros do Hamas que entreguem armas e aceitem viver pacificamente na região ou busquem refúgio em países próximos.
- Propõe que Gaza se torne um território livre do terrorismo, exigindo a desmilitarização do Hamas e de outros grupos paramilitares.
- Sugere a criação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF) para comandar a segurança local, com treinamento de policiais palestinos, apoiada por parceiros árabes e internacionais como Egito e Jordânia.
- Exige a retirada gradual das Forças de Defesa de Israel de Gaza e o compromisso de Benjamin Netanyahu em não ocupar ou anexar o território.
- Se o acordo for implementado, espera-se que a Organização das Nações Unidas e outras instituições retomem a entrega de ajuda humanitária aos palestinos.
Apoio israelense
Logo após a divulgação do plano, Benjamin Netanyahu manifestou apoio à proposta de Trump, mas alertou o Hamas.
O premiê israelense declarou que, caso o Hamas rejeite o plano de paz ou tente combatê-lo, Israel agirá sozinho para resolver a situação.
Trump reiterou seu aval total a quaisquer medidas necessárias, caso o Hamas rejeite o acordo.