O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou uma resposta positiva neste domingo (5/10) à sugestão do presidente russo, Vladimir Putin, de prolongar por mais um ano o Tratado de Redução de Armas Estratégicas, conhecido como New Start. Este tratado é o último acordo vigente de controle nuclear entre Washington e Moscou.
Diante da Casa Branca, em conversa com jornalistas, Trump indicou que a ideia “parece válida”. Essa declaração pode indicar um possível reaproximar das duas nações, que têm vivido tensões diplomáticas.
“Essa me parece uma boa iniciativa”, frisou Trump.
A declaração do líder republicano teve boa aceitação em Moscou. Kirill Dmitriev, conselheiro econômico ligado a Putin e próximo do Kremlin, afirmou que ambos países estão “bastante inclinados” a um acordo sobre a extensão do tratado.
No início da semana, Putin criticou a demora dos EUA em responder à proposta, mencionando que se os Estados Unidos não veem necessidade na prorrogação do New Start, a Rússia também não teria essa necessidade. Ele ressaltou ainda a confiança russa em seu escudo nuclear e sua preparação para diferentes cenários futuros.
O New Start, assinado em 2010, limita a 1.550 o número de ogivas nucleares estratégicas por país, além de controlar mísseis, bombardeiros e permitir inspeções mútuas.
Inicialmente, o acordo venceria em fevereiro de 2026, embora a Rússia tenha suspendido sua participação unilateralmente em fevereiro de 2023, em meio à guerra na Ucrânia. Moscou defende que futuros pactos de controle nuclear incluam outras grandes potências nucleares como China, França e o Reino Unido, devido a uma nova configuração geopolítica multipolar e ao aumento dos arsenais fora dos antigos blocos da Guerra Fria.
Recentemente, Putin propôs a extensão do New Start até fevereiro de 2026, mantendo os limites atuais de ogivas estratégicas e sistemas de lançamento. A continuidade do pacto dependeria, segundo ele, que os Estados Unidos não tomem medidas que desestabilizem o equilíbrio da dissuasão nuclear.
Essa proposta surge num contexto de relações cada vez mais tensas entre Rússia e Estados Unidos em decorrência do conflito na Ucrânia, que já dura mais de três anos. O tratado foi suspenso unilateralmente por Moscou em 2023, após acusações mútuas de interferência no conflito.
Embora encontros diplomáticos, incluindo reuniões recentes como a entre Trump e Putin no Alasca em agosto, tenham ocorrido, ainda não foram iniciadas negociações formais para a renovação do acordo.