O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste domingo (7/9) que está preparado para impor uma nova série de sanções contra a Rússia. O anúncio ocorreu poucas horas após o maior ataque aéreo do Kremlin desde o começo do conflito na Ucrânia, que resultou em pelo menos quatro mortes.
Ao ser questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de aumentar as medidas contra Moscou, Trump respondeu firmemente: “Sim, eu vou”.
Segundo informações das autoridades ucranianas, a Rússia lançou mais de 800 drones e 13 mísseis contra Kiev e outras localidades, deixando vítimas, entre elas um bebê de três meses e sua mãe. Pela primeira vez, um prédio central do governo foi atingido, o gabinete de ministros, situado no distrito histórico de Pechersky.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou a ofensiva russa e solicitou com urgência o reforço dos sistemas de defesa aérea pelos aliados. Ele afirmou no X, antiga rede social Twitter: “Esses assassinatos agora, quando a diplomacia real poderia ter iniciado há muito tempo, são crimes deliberados e prolongam a guerra.”
A primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, também comentou: “Vamos reconstruir os edifícios, mas as vidas perdidas não podem ser recuperadas. O mundo precisa responder não só com palavras, mas com ações.”
Pressão internacional
A declaração do republicano representa uma mudança de postura em relação ao mês anterior, quando Trump se encontrou com o líder russo, Vladimir Putin, no Alasca. Na ocasião, discutiram a possibilidade de um tratado de paz, mas divergências sobre o território ucraniano dificultaram o diálogo.
Alguns dias depois, Trump reuniu-se em Washington com Zelensky e líderes europeus. A Ucrânia descartou concessões territoriais e pediu garantias de segurança para um cessar-fogo.
Até o momento, nenhum acordo foi firmado. Agora, Trump demonstra insatisfação crescente com Moscou e pressiona os aliados para que endureçam as medidas econômicas, principalmente no setor energético.
Resistência russa
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou os bombardeios, alegando que os alvos foram instalações militares, depósitos de drones e aeródromos. Moscou vinha evitando prédios governamentais em Kiev, o que elevou a percepção de escalada do conflito.
Putin declarou estar disposto a dialogar com Zelensky, porém somente em Moscou e com acordos concretos. O presidente ucraniano rejeitou a proposta, afirmando que mostra a falta de interesse da Rússia em realizar o encontro.
Mais de 30 países estão negociando novas garantias de segurança para a Ucrânia. Uma reunião em Paris culminou no compromisso de 26 nações em apoiar Kiev em caso de cessar-fogo, inclusive com presença militar nas terras, no mar e no ar.