O governo de Donald Trump nos Estados Unidos está impondo novas sanções ao Brasil justamente quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, encontra-se no país para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Na segunda-feira, dia 22 de setembro, um dia após Lula desembarcar em Nova York com sua comitiva, a administração Trump aplicou restrições à Viviane Barsi, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), via Lei Magnitsky, mesma legislação que atingiu o ministro em julho deste ano.
Além disso, foi realizada uma nova rodada de cancelamento de vistos dos Estados Unidos para autoridades brasileiras. Segundo a agência de notícias Reuters, os EUA revogaram o visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, e de outras cinco autoridades não divulgadas.
Contexto político
O anúncio das sanções coincide com a estadia de Lula nos EUA e acontece 11 dias depois de o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump, ser condenado pela Primeira Turma do STF a mais de 27 anos de prisão pela suposta liderança de uma tentativa golpista contra a vitória eleitoral de Lula em 2022.
Discurso de Lula na ONU
Lula chegou a Nova York no domingo, 21 de setembro, e tem discurso marcado para a abertura da Assembleia da ONU na terça-feira, 23 de setembro, tradicionalmente realizado às 10h no horário de Brasília. Espera-se um pronunciamento em defesa da democracia e da soberania do Brasil, com destaque para a relevância do multilateralismo e críticas ao governo de Trump. Ainda não está claro se Lula mencionará diretamente o ex-presidente norte-americano em sua fala nem a intensidade das críticas.