O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu aos líderes europeus e ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que a Ucrânia terá voz ativa nas negociações sobre os territórios no âmbito de um possível cessar-fogo com a Rússia, afirmou nesta quarta-feira (13/8) o presidente francês Emmanuel Macron.
Trump deverá se reunir na sexta-feira (15/8) com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, para avançar nas discussões de paz e buscar o fim do conflito na Ucrânia. Nos últimos dias, aumentou a apreensão dos europeus devido à insegurança sobre os resultados dessa cúpula, receando que as decisões tomadas pelos presidentes dos EUA e da Rússia imponham condições desfavoráveis a Kiev, especialmente relacionadas às regiões em disputa.
A Rússia, que anexou a Península da Crimeia em 2014, ocupa aproximadamente um quinto do território ucraniano desde o início da guerra, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, e que o Kremlin denomina como uma “operação militar especial”.
Ao término da videoconferência entre líderes europeus, Zelensky e o presidente dos EUA, Macron afirmou: “O presidente Trump foi enfático ao dizer que os assuntos territoriais relacionados à Ucrânia não podem ser negociados sem a presença e aprovação do presidente ucraniano”.
“Atualmente, não existem propostas sérias para concessão de territórios”, acrescentou o presidente francês.
Cessar-fogo é uma prioridade
“O presidente Trump foi claro ao destacar que a intenção dos Estados Unidos é alcançar um cessar-fogo na reunião no Alasca”, declarou Macron antes de uma outra reunião da coalizão internacional de apoio à Ucrânia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a conversa como muito produtiva e reforçou o compromisso conjunto da Europa, dos EUA e da OTAN em apoiar a Ucrânia, buscando uma paz justa e duradoura.
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, ressaltou que a iniciativa está agora nas mãos do presidente russo, Putin. Paraleleamente, Zelensky destacou a urgência de um cessar-fogo imediato e alertou que sanções continuam sendo necessárias e devem ser fortalecidas caso a Rússia não aceite a trégua.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, avaliou que, apesar da longa duração do conflito sem perspectivas reais de cessar-fogo, esta nova chance de negociação deve ser aproveitada graças ao esforço do presidente americano.