Em entrevista à revista Time, da qual também foi capa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, explicou como foi firmado o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Ele disse que convenceu o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a aceitar o acordo e que isso só foi possível graças a uma ação dos EUA contra o Irã.
Trump relatou que, no dia 4 de outubro, ligou para Netanyahu para avisar que a guerra em Gaza havia terminado. Netanyahu respondeu, mas Trump não aceitou e iniciou uma conversa enfática, destacando tudo que tinha feito por Israel durante seu mandato.
“Bibi, você não pode lutar contra o mundo […] Pode enfrentar batalhas, mas o mundo está contra você”, disse Trump a Netanyahu.
Trump também disse ter participado dos ataques israelenses contra o Irã, em junho, e que sua ajuda seria suspensa caso Netanyahu não firmasse o cessar-fogo com o Hamas.
“Eu o parei, porque ele teria continuado essa guerra por muito tempo. E eu o detive, e todos se uniram quando eu fiz isso, foi impressionante”, destacou o presidente norte-americano.
Conflito no Oriente Médio
Desde que voltou à presidência, Donald Trump tem sido o principal mediador do cessar-fogo entre Israel e Hamas. Ele coordenou um ataque contra as instalações nucleares do Irã, em parceria com o exército israelense, durante um conflito de 12 dias.
Trump agora alega que essa ofensiva contra o Irã foi fundamental para que o Oriente Médio aceitasse o acordo de paz. Netanyahu cedeu à pressão e aceitou um acordo em duas etapas, que inclui cessar-fogo, libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos, e envio de ajuda humanitária.
Para o presidente dos EUA, a operação contra o Irã foi decisiva para unir os países árabes ao acordo e tornar possível a paz no Oriente Médio:
“Entramos em combate com eles e obtivemos sucesso. Quando destruímos o potencial nuclear do Irã, eles ficaram gravemente enfraquecidos. Isso tornou possível o acordo. Sem isso, teria sido impossível. Os países árabes não teriam aceitado.”
Trump afirmou ainda que a ofensiva eliminou o medo entre os países vizinhos, já que o Irã não representa mais uma ameaça iminente.
“Após esta ação, o Oriente Médio mudou. Antes, o Irã era um ‘valentão’ com armas nucleares, o que impedia um acordo de paz. Agora, sem esse poder, o cenário é outro”.
Trump afirmou que o ataque foi extremamente preciso e que destruiu as instalações nucleares iranianas, destacando que isso reduziu a força do Irã para ameaçar a região.
“Agora que o Irã não é mais esse ‘valentão’, os países da região podem viver com menos medo, mesmo que o Irã ainda faça esforços para manter sua influência. Eles estão lutando pela sobrevivência e enfrentando sanções.”
Donald Trump acrescentou que nenhum outro presidente teve a coragem de realizar um ataque contra o Irã, mas ele percebeu a necessidade e agiu para proteger a segurança regional.