O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na segunda-feira, 11 de agosto, uma ordem executiva que estende por mais 90 dias a suspensão das altas tarifas sobre produtos chineses. A Casa Branca confirmou a decisão para a emissora norte-americana CNBC, evitando que as taxas retornem já na terça-feira, 12 de agosto, conforme estava previsto.
Essa prorrogação foi anunciada poucas horas antes do término do prazo inicial e ocorre durante as negociações comerciais entre as duas maiores economias globais. Na sexta-feira anterior, 8 de agosto, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, já havia informado que a extensão seria esperada, resultado das últimas conversas realizadas no fim de julho em Estocolmo, Suécia.
Sem essa prorrogação, as tarifas americanas sobre produtos da China retornariam aos níveis de abril, que chegaram a 145%, quando o conflito comercial estava em seu auge. Atualmente, a maior parte das tarifas está suspensa desde maio, quando representantes dos dois países se reuniram em Genebra, Suíça, e acordaram uma trégua inicial de 90 dias.
Contexto da Disputa Tarifária entre EUA e China
A guerra comercial entre Estados Unidos e China atingiu um pico em abril, com respostas mútuas que elevaram significativamente o custo de importação entre esses países.
O conflito teve início quando Donald Trump anunciou, em 2 de abril, um aumento nas tarifas para diversos países, destacando-se a elevação para 34% somada aos 20% já aplicados sobre produtos chineses. Em retaliação, Beijing respondeu em 4 de abril aplicando a mesma taxa de 34% sobre produtos americanos importados.
A administração americana definiu um prazo até meio-dia de 8 de abril para que a China retirasse suas tarifas, caso contrário, seriam acrescidos mais 50 pontos percentuais, somando 104% nas alíquotas. O governo chinês não cedeu e declarou-se preparado para revidar.
No dia seguinte, Pequim aumentou suas tarifas para 84%, igualando o acréscimo imposto pelos EUA. Em resposta, Trump pausou a imposição das tarifas para mais de 180 países, mantendo a China como exceção, com alíquotas elevadas a 125%. Posteriormente, a Casa Branca esclareceu que os 125% seriam somados aos 20% anteriores, totalizando uma taxa de 145% sobre produtos chineses.
A escalada chegou ao fim em 11 de abril, quando a China elevou suas tarifas para 125% sobre os produtos americanos, marcando uma nova fase da longa disputa comercial entre as duas nações.