Henrique Sampaio da Silva e sua esposa, suspeitos de comandar um esquema sofisticado de tráfico de drogas no Sudoeste de Brasília, continuarão detidos. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios decidiu pela prisão preventiva do casal após audiência de custódia realizada no domingo, 7 de setembro.
O esquema foi desmantelado na noite anterior, quando policiais civis da 3ª Delegacia de Polícia do Cruzeiro localizaram a boca de fumo funcionando dentro de um apartamento de alto padrão na quadra 504 do Sudoeste.
A investigação aponta que o imóvel servia como um ponto central para a venda de drogas sintéticas e tradicionais, focando especialmente adolescentes e jovens que frequentam espaços públicos na região, incluindo escolas, parques infantis e academias ao ar livre para idosos.
Brindes para fidelizar consumidores
O casal utilizava um método inusitado para fidelizar clientes: a distribuição de pequenos objetos tridimensionais digitais, como um esqueleto de peixe, um raio e um floco de neve, que simbolizavam diferentes drogas — cocaína, ecstasy e haxixe ou loló, respectivamente.
Esses objetos funcionavam como cartões de fidelidade, criando um vínculo exclusivo entre traficantes e clientes e dificultando a identificação do vínculo criminoso.
Apreensões na operação
- Diversos pacotes de cocaína
- Tabletes de haxixe
- Embalagens de maconha
- Comprimidos de ecstasy
- Frascos de clorofórmio (loló)
- Balanças de precisão
- Materiais para embalagem e sacos ziplock
- Canudos usados para consumir cocaína no próprio apartamento
- Quantia significativa em dinheiro vivo
Operação Wolf e antecedentes criminais
Denominada Operação Wolf, a ação da polícia visava impedir o funcionamento da logística de entrega local e delivery em regiões próximas. O casal foi preso em flagrante por tráfico de drogas e associação criminosa.
Henrique Sampaio, de 39 anos, possuía histórico criminal extenso, contabilizando seis prisões anteriores relacionadas ao comércio de entorpecentes.
Para o delegado-chefe da 3ªDP, Victor Dan, o esquema revelava muita criatividade e audácia. “A criação de uma linguagem própria para fidelizar os usuários surpreendeu. Era uma tentativa clara de enganar as autoridades e ampliar o consumo, atingindo adolescentes e jovens em idade escolar”, destacou.
Curiosamente, foram encontradas placas e avisos aparentando promover a convivência comunitária dentro do apartamento, que na verdade funcionavam como fachada para despistar vizinhos e evitar suspeitas das autoridades.