A Câmara Legislativa do Distrito Federal confirmou que três responsáveis pela clínica de reabilitação Liberte-se, localizada no Lago Oeste, foram presos pela Polícia Civil do Distrito Federal. A operação foi realizada logo após uma vistoria feita pela Comissão de Direitos Humanos da CLDF, em conjunto com o Conselho Regional de Psicologia e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura.
A inspeção identificou sérias violações, como cárcere privado, restrição de comunicação e relatos de agressões. A 35ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho II, já recebeu 27 denúncias formais de pessoas que estavam internadas na clínica.
Histórico de problemas e tragédia recente
A clínica Liberte-se, que atende dependentes químicos e cobra R$ 1.700 por mês de internação, já enfrentava questionamentos anteriores. No dia 31 de agosto, outra unidade do mesmo grupo, localizada no Paranoá, sofreu um incêndio que resultou na morte de cinco pessoas e deixou outras 11 feridas.
Durante sessão plenária, o deputado distrital Fábio Felix criticou duramente as condições encontradas na clínica. Ele afirmou que “não é porque alguém está em situação de vulnerabilidade social, em situação de rua ou é dependente químico que deve ser submetido a cárcere privado, tortura ou tratamento degradante. Isso é inaceitável”.
Fábio Felix também destacou que o Legislativo deve agir diante dessas denúncias e defendeu que as políticas de recuperação precisam ser baseadas em evidências científicas e no respeito à dignidade humana.