PAULO EDUARDO DIAS E TULIO KRUSE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Três policiais militares foram presos em flagrante na madrugada de sábado (6) sob suspeita de terem matado um jovem de 18 anos, acusado de roubo de residência. As câmeras corporais dos policiais gravaram o momento dos tiros dentro de uma casa no bairro Planalto Paulista, zona sul de São Paulo, onde o jovem estava desarmado.
Segundo o registro, as câmeras dos PMs estavam desligadas ao atirarem, sendo ligadas apenas depois. Mesmo assim, os equipamentos gravaram os 90 segundos antes do acionamento, mostrando que o suspeito estava rendido, com as mãos levantadas e sem arma no momento do disparo.
O boletim de ocorrência relata que quatro homens mascarados invadiram a casa de um casal de idosos por volta das 20h20. Eles amarraram e amordaçaram as vítimas, entrando com um controle remoto.
Uma equipe da Força Tática da PM chegou cerca de 20 minutos depois do início do assalto. Durante esse tempo, três dos suspeitos reviraram a casa, enquanto outro, armado, vigiava o casal. Os assaltantes já estavam prontos para fugir e haviam libertado uma moradora para que ela buscasse a chave do carro.
Os policiais entraram em busca dos ladrões. O casal disse que não viu quando os policiais atiraram contra Juan Dantas de Oliveira, 18, um dos homens mascarados, e ouviram apenas comandos e disparos, conforme registrado no boletim.
PMs ESTAVAM COM CÂMERAS DESLIGADAS
Dois policiais que patrulhavam perto foram ao local após chamado e notaram que a Força Tática já estava dentro da casa, tendo entrado pelo andar superior com escada. Relatam que Juan estava escondido na lavanderia e só foram avisados da presença dele quando ouviram os comandos e tiros.
Outro suspeito foi encontrado na chaminé da churrasqueira. Uma pistola calibre 9 mm estava guardada próxima. Dois outros suspeitos, incluindo um adolescente de 17 anos, foram presos na casa. Outro criminoso teria fugido em um carro em frente ao imóvel.
Uma ambulância levou Juan para a UPA Vila Mariana, mas ele não resistiu. Os policiais foram presos por flagrante pela Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil.
Em depoimento, os PMs ficaram em silêncio. Eles receberam voz de prisão e foram levados ao Presídio Militar Romão Gomes.
A Polícia Militar destacou que não aceita abusos ou quebra de conduta e que pune rigorosamente quem desrespeita as leis ou normas internas, conforme comunicado da Secretaria de Segurança Pública.