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terça-feira, 09/09/2025

Tratamento inovador que Preta Gil fazia nos EUA

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Preta Gil, cantora, faleceu neste domingo (20/7), aos 50 anos, em Washington, EUA, vítima de um câncer no intestino que enfrentava desde 2023.

Ela estava nos Estados Unidos para participar de um tratamento experimental com medicamentos ainda indisponíveis para uso comum, chamado terapia-alvo.

O procedimento, realizado no Virginia Cancer Institute, fazia parte de um estudo clínico na fase final. Isso significa que o método já mostrou bons resultados em pacientes anteriores, mas ainda requer mais avaliações antes de ser adotado oficialmente.

A terapia-alvo funciona a partir das mutações específicas presentes nos tumores que Preta tinha, motivo pelo qual ela foi selecionada para a pesquisa.

Rafael Botan, oncologista da Oncoclínicas de Brasília, explicou que: “A terapia-alvo é baseada em marcadores genéticos dos tumores. Não se aplica a todos os casos, pois algumas formas de câncer respondem ao tratamento direcionado conforme suas mutações, enquanto outras não.”

Histórico da saúde de Preta Gil

Preta Gil foi diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023, uma doença que afeta o cólon e o reto, partes do intestino grosso.

Após o diagnóstico, ela iniciou sessões de quimioterapia e radioterapia. Em agosto de 2024, passou por uma cirurgia para remoção dos tumores.

Exames posteriores indicaram que o câncer havia se espalhado para outras quatro áreas do corpo, o que exigiu a retomada do tratamento.

Em dezembro de 2024, ela passou por nova cirurgia, que durou 21 horas e resultou na implantação de uma bolsa de colostomia definitiva.

Em maio, a cantora viajou aos EUA para tentar tratamento experimental depois de esgotar as opções terapêuticas disponíveis no Brasil. Apesar dos esforços, faleceu em julho.

Ela recebia uma combinação de bevacizumabe, medicamento de terapia-alvo, e fluoracila, usado para tratar tumores malignos de forma paliativa, além de quimioterapia a cada 12 dias.

Fernando Zamprogno, oncologista da Kora Saúde, comenta que pacientes com boas condições financeiras frequentemente buscam tratamentos em outros países após esgotarem todas as alternativas aprovadas localmente.

Ele destaca que, embora o Brasil tenha avançado com estudos clínicos, os EUA possuem maior estrutura e recursos, ampliando as possibilidades terapêuticas, principalmente em casos complexos como o da Preta Gil.

O tratamento experimental começou em 10 de abril, com administração de um medicamento novo, mas a resposta imunológica não foi a esperada e a doença continuou a progredir.

Limites das opções no Brasil

A artista compartilhava seu tratamento pelas redes sociais, revelando que, após cirurgias, quimioterapia e radioterapia, havia esgotado todas as opções disponíveis em seu país, motivando a busca por alternativas experimentais no exterior.

Ela passou mal pouco antes de retornar ao Brasil, após descobrir que o tratamento realizado não apresentou os resultados esperados.

A trajetória da Preta Gil evidencia os desafios enfrentados por pacientes com câncer avançado, que muitas vezes buscam tratamentos inovadores como esperança.

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