Na última quarta-feira, 22, trabalhadores da antiga Refinaria de Manguinhos, conhecida como Refit, participaram de uma manifestação junto com sindicatos e ambientalistas. Cerca de 500 pessoas protestaram em frente à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro, contra o leilão de áreas do pré-sal.
A ANP proibiu a operação da Refit por suspeitas de irregularidades na importação de combustíveis, problemas de segurança e não cumprimento de normas. A ação, feita com apoio da Receita Federal e da Marinha, resultou na apreensão de cargas e na criação de um plano para manter o abastecimento no Rio de Janeiro.
Com a interdição, muitos trabalhadores perderam seus empregos e estão agora protestando. Eles temem a perda do emprego e são contra os leilões de petróleo e gás, pois acreditam que esses leilões não beneficiam a sociedade e os trabalhadores, já que os recursos não são direcionados para áreas como saúde e educação.
Gerente de Geociências do Instituto Internacional Arayara, um dos organizadores do protesto, comentou que o leilão aumenta a dependência do Brasil em combustíveis fósseis e vai contra os compromissos ambientais do país. Ele destacou que as emissões causadas pela indústria do petróleo colocam o Brasil em risco de ultrapassar suas metas climáticas antes de 2035, e reforçou a necessidade de investir em uma transição energética justa que proteja os trabalhadores e o meio ambiente.
Leandro Lenfredi, diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), presente no ato, ressaltou que a entrada crescente de investimentos estrangeiros no setor ameaça a soberania nacional e o meio ambiente. Ele disse que os leilões aumentam a dependência externa e desrespeitam os trabalhadores e o meio ambiente. O Brasil produz mais de cinco milhões de barris de petróleo por dia, exporta metade e ainda assim contribui para o aquecimento global em benefício de acionistas estrangeiros.

