Pelo menos 32 pessoas perderam a vida e mais de 100 ficaram feridas após disparos efetuados pelo exército israelense nas proximidades de centros de distribuição de auxílio humanitário no território palestino. Essa informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde de Gaza e pelo Hospital Nasser, localizado em Khan Younis, na tarde do sábado (19/7).
Segundo o porta-voz Mahmoud Basal, os tiros atingiram dois centros geridos pela Fundação Humanitária de Gaza, uma organização com apoio dos Estados Unidos e de Israel, que iniciou a distribuição de ajuda na Faixa de Gaza há alguns meses.
Testemunhas informaram que, enquanto centenas de palestinos se reuniam próximo a um centro de distribuição na região de Khan Younis nas primeiras horas da manhã, soldados israelenses abriram fogo contra a multidão.
Em comunicado, o exército israelense afirmou ter identificado “indivíduos suspeitos” se aproximando dos soldados na área de Rafah, onde está localizado um dos centros de distribuição. De acordo com os militares, essas pessoas não atenderam aos chamados para se afastarem e, por isso, foram disparados tiros de advertência.
Fome e desnutrição
Basal ressaltou que a situação humanitária na Faixa de Gaza é muito grave, principalmente devido ao aumento no número de crianças que estão morrendo por causa da fome e da desnutrição.
A assessoria em Gaza informou que já são cerca de 70 crianças que faleceram devido à desnutrição no território. O grupo Hamas classificou a fome imposta pela ocupação israelense como um “crime intencional contra a humanidade”.
“Aqui em Gaza, estamos enfrentando um estágio crítico de fome. Eu mesmo não me alimento desde ontem e sobrevivo apenas com água, assim como milhares de outras pessoas. As mais afetadas são as crianças, os doentes e as mães que amamentam”, relatou o porta-voz.