Segundo Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos, há 1,7 mil drogarias na capital. Medida aprovada pela Anvisa em abril não obriga estabelecimentos a realizarem testagem.
Após quase dois meses da aprovaçãode testes rápidos de diagnóstico do novo coronavírus em farmácias e drogarias de todo o país, apenas uma loja do Distrito Federal aderiu a medida. Desde 28 de abril passado, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite que, enquanto durar a pandemia, os testes sejam feitos por farmacêuticos (saiba mais abaixo).De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma-DF), Francisco Messias Vasconcelos, apesar de Brasília contar com 1,7 mil lojas, apenas uma farmácia de Vicente Pires recebeu autorização da Vigilância Sanitária do Distrito Federal (saiba mais abaixo).
Outras três lojas estão aguardando a aprovação.
“A medida da Anvisa não obriga os estabelecimentos a disponibilizarem os testes para a detecção da Covid-19. “A adesão, portanto, é voluntária”, diz a agência.
O que a farmácia precisa para fazer o teste rápido
Uma norma técnica divulgada pela Vigilância Sanitária do DF, órgão que faz a fiscalização das farmácias na capital, prevê as seguintes exigências para os estabelecimentos realizarem a testagem:
- As farmácias devem possuir licença sanitária pela Vigilância Sanitária do Distrito Federal, bem como Autorização de Funcionamento (AFE) emitida pela Anvisa;
- A farmácia deve possuir área privada para realização da testagem;
- O espaço deve conter lavatório com água corrente, papel toalha descartável, sabonete líquido, álcool gel 70% e lixeira com tampa de acionamento por pedal;
- O estabelecimento deverá elaborar fluxos diferentes de atendimento para clientes que buscam os serviços de teste rápido da Covid-19, em relação aos usuários que buscam os demais serviços na farmácia;
- As farmácias devem usar estratégias para evitar ou minimizar o contato do cliente que será testado com os funcionários da farmácia e demais clientes;
- É obrigatório manter o distanciamento de 1,5 metros.
Quem pode aplicar o teste
A presidente do Conselho Regional de Farmácia do DF (CRF), Gilcilene Chaer, explica que para o farmacêutico obter uma licença da Vigilância Sanitária, ele precisa ter um certificado – do próprio conselho – atestando que está apto para realizar o exame.
“Após a prova de que ele tenha feito um curso, nós do conselho emitimos uma declaração dizendo que ele está apto.”
Segundo a presidente, os testes realizados nas farmácias estão sendo contabilizados nos dados de testagens da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. “A legislação diz que tem que enviar todos, tantos os negativos, quantos os positivos”, explica.
Teste a R$ 200 e baixa adesão
Entre as 1.700 farmácias existentes no DF, apenas um estabelecimento, em Vicente Pires está fazendo a testagem para detecção da Covid-19. Para o presidente do Sincofarma-DF, Francisco Messias Vasconcelos, a baixa adesão se dá pelo alto investimento.
“O custo é alto, você tem que capacitar uma estrutura, contratar empresa para o recolhimento do resíduo infectante e preparar o profissional farmacêutico.”
Segundo Vasconcelos, a farmácia aplica teste rápido, em média, por R$ 200. Ele explica que no início da implementação da testagem “a procura era boa”, mas acabou diminuindo.
Para o representante das farmácias e drogarias, a questão é o preço do exame e o fato dos laboratórios terem diminuído o valor cobrado pelo exame. “Hoje é um teste rápido muito caro, porque você faz um teste de sorologia em um laboratório, com toda estrutura, pelos mesmos R$ 200. Então, não vale a pena”, argumenta.