Joana Brauer, mãe de duas crianças com hemofilia grave, sabe bem como é difícil o tratamento tradicional da doença, que necessita de muitas injeções semanais. Ela conta que o filho precisa de quatro picadas por semana.
Na última sexta-feira (24), Alexandre Padilha, ministro da Saúde, anunciou no Hemocentro de Brasília a intenção do governo de ampliar a oferta do medicamento Emicizumabe para crianças de até seis anos com hemofilia. Esse remédio já é usado para adultos no SUS.
Vantagens do novo tratamento
Diferentemente do tratamento comum, que precisa de injeção na veia, o Emicizumabe é dado por baixo da pele, de forma menos agressiva. O Ministério da Saúde explica que esse método pode reduzir os episódios de sangramento e só precisa ser feito uma vez por semana, o que dá mais liberdade para as crianças e suas famílias.
“Oferecer esse remédio para crianças vai mudar muito a vida delas e das mães. Além de ser uma aplicação mais fácil, vai incentivar o tratamento”, comenta Joana.
Importância para as famílias
Joana Brauer destaca que mais de 80% das cuidadoras de crianças com hemofilia são as mães, muitas das quais precisam deixar seus empregos para cuidar dos filhos. O acesso facilitado ao tratamento pode aliviar bastante essa situação, especialmente para mães que também cuidam de crianças com outras condições, como autismo.
Progresso no tratamento
O ministro Alexandre Padilha informou que enviará o pedido para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) analisar a ampliação do uso do Emicizumabe para crianças.
“O medicamento já está disponível para pacientes acima de seis anos, especialmente para quem tem anticorpos contra o tratamento tradicional. Isso representa um avanço importante para as famílias”, disse o ministro.
Padilha também ressaltou o custo elevado do tratamento particular, que pode chegar a R$ 350 mil por ano, e enfatizou que, ao ser oferecido gratuitamente pelo SUS, o Brasil se torna o maior país a garantir esse acesso, promovendo dignidade e conforto às crianças.
