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segunda-feira, 15/09/2025

Tecnologia facilita o controle de remédios no Hospital de Base

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Em Brasília

Maria Luisa está internada no Hospital de Base do Distrito Federal desde o início de agosto para tratar problemas relacionados ao câncer. Todas as manhãs, às 8 horas, ela recebe seus remédios já embalados e identificados, sem saber como cada um chegou até sua bandeja. Por trás desse simples ato, há uma equipe dedicada para garantir que o tratamento chegue com segurança e precisão.

Desde 13 de maio, o hospital utiliza quatro máquinas que preparam os remédios em doses individuais. Esse avanço traz mais segurança para os pacientes e melhora a organização dos medicamentos. Em pouco mais de três meses, já foram separadas 535 mil doses, ajudando na rastreabilidade, diminuindo perdas e gerando economia.

A preparação em doses significa que cada remédio é embalado separadamente, com etiquetas que mostram nome, lote, validade e cores que indicam informações importantes, como necessidade de refrigeração ou cuidado especial. Isso diminui o desperdício e ajuda a evitar erros na hora de administrar os remédios.

Esse processo também traz benefícios financeiros. No segundo trimestre de 2025, os gastos com estoque diminuíram R$ 30,9 milhões comparado ao mesmo período do ano anterior, mesmo com o aumento no número de atendimentos. Isso aconteceu graças à preparação das doses, junto com o controle constante dos estoques e validade dos medicamentos.

Jessica Nobre, gerente responsável pelos insumos farmacêuticos do hospital, explica que antes os comprimidos eram embalados manualmente e as ampolas não tinham identificação adequada, causando perdas e falta de controle. Com as máquinas, houve uma grande melhora na segurança e na gestão dos medicamentos.

O hospital faz parte de uma rede que usa oito máquinas: duas na Central de Distribuição para abastecer 13 unidades de pronto atendimento e o Hospital Cidade do Sol, duas no Hospital Regional de Santa Maria, e quatro no Hospital de Base. Essa modernização ajuda a cumprir normas de fiscalização, reduz perdas e melhora o controle dos estoques, gerando economia.

Sâmara Monteiro, chefe do Núcleo de Insumos Farmacêuticos, destaca que a maior vantagem é a segurança. Cada embalagem tem informações e cores que facilitam a identificação: azul para remédios que precisam ser refrigerados, preta para psicotrópicos, vermelha para remédios perigosos e marrom para os sensíveis à luz. Isso ajuda a equipe de enfermagem e diminui erros.

Pedro Henrique Alves, farmacêutico responsável, detalha o processo: o setor de medicamentos envia os remédios para a sala de unitarização, onde as máquinas identificam e embalam conforme o tipo de medicamento. Depois, os medicamentos voltam ao estoque para reposição nas farmácias do hospital. Todo esse sistema garante mais agilidade, segurança e controle desde a chegada do remédio até a sua administração ao paciente.

Na enfermaria, a mudança já é percebida. Deize Kelly, técnica de enfermagem, relata que a conferência ficou mais segura. A farmácia prepara o kit, a enfermagem confere e o técnico responsável revisa, reduzindo muito o risco de erros. Antes, as etiquetas muitas vezes se soltavam ou manchavam; agora, as embalagens são resistentes e fáceis de ler.

Jessica Nobre resume o impacto: a mudança beneficia toda a cadeia, desde os gestores que controlam melhor os estoques até os pacientes que recebem os remédios com segurança. A preparação em doses mostra que tecnologia e cuidado andam juntos na saúde pública.

*Informações fornecidas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal

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