A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou, nesta terça-feira (19/8), que o Brasil não deve encarar a revisão de gastos como algo negativo. “Falar em revisão de gastos é falar em cuidar bem do dinheiro do povo brasileiro”, afirmou.
“É hora de acabar com o tabu de que a revisão de gastos é algo ruim. Pelo contrário, devemos usar bem os recursos limitados que temos”, declarou Tebet a jornalistas no Senado Federal, durante uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Perguntada sobre se o governo federal possui ferramentas para reduzir despesas, Tebet destacou que isso já está sendo feito desde o início do governo do presidente Lula (PT), com apoio do Congresso Nacional.
Para a ministra, a revisão dos gastos públicos é uma tarefa conjunta entre Executivo e Legislativo. “O corte de gastos não é uma ação isolada, é uma responsabilidade compartilhada”, enfatizou.
Corte linear e específico dos gastos
Tebet mencionou o corte uniforme de 10% nos subsídios fiscais como um começo, não uma solução definitiva. Ela considera essa medida insuficiente, mas atualmente é a forma que o governo dispõe para revisar as despesas.
“Em vez de apenas discutir a revisão dos gastos previstos em subsídios constitucionais, já iniciamos o ajuste pelas medidas que não são constitucionais”, explicou.
A ministra ressaltou que, a partir de 2026, será fundamental aprofundar a análise das despesas. “Será necessário analisar os números em detalhe e fazer o dever de casa, não apenas cortes superficiais”, comentou.
Ela também sugeriu um corte mais detalhado nas despesas da União, observando que certos benefícios essenciais, como o Simples Nacional, serão preservados. “Isso significa examinar cuidadosamente os benefícios importantes, sem acabar com programas como o Simples Nacional”, concluiu.