De acordo com informações do Tribunal de Contas da União (TCU), até abril deste ano, 11.469 obras com financiamento federal estavam interrompidas. Estes números foram divulgados pelo ministro Vital do Rêgo, presidente do TCU, durante uma sessão plenária em 30 de julho.
Dos 22.621 projetos monitorados pelo Painel de Obras Paradas, 50,7% permanecem sem andamento.
O comunicado da presidência do TCU indica que os setores mais impactados continuam sendo a educação e a saúde, que juntos somam 70% das paralisações, abrangendo um total de 8.053 obras inacabadas. O documento ressalta que esses valores mantêm-se semelhantes aos do início de 2024, evidenciando que uma em cada duas obras financiadas pelo governo federal está paralisada ou não concluída.
Vital do Rêgo destaca a preocupação com esse cenário apesar das medidas adotadas. Ele afirma: “O efeito direto dessa situação atinge a população, que sofre com a carência de escolas, creches e unidades de saúde, infraestrutura essencial para a vida cotidiana e o desenvolvimento do país”.
Estados mais afetados
O TCU aponta que os estados do Maranhão, Bahia, Pará e Minas Gerais concentram quase 4 mil obras paradas. Segundo o ministro, esses locais merecem foco especial para a reversão do problema.
Os investimentos aplicados em obras atualmente suspensas chegam a R$ 15,9 bilhões, destacando o grande volume de recursos públicos federais em risco de desperdício caso a situação não seja resolvida adequadamente. Outro dado alarmante é que muitas obras iniciadas recentemente já enfrentam interrupções: das 5.505 obras iniciadas entre abril de 2024 e abril de 2025, cerca de 1.200 estão paralisadas, correspondendo a 22% do total, informa o comunicado do TCU.
Em resposta ao cenário, o Tribunal tem intensificado ações de fiscalização, auditorias especializadas e estabelecimento de parcerias com outras entidades. Entre as medidas tomadas está a decisão que orienta a Casa Civil a elaborar um plano estratégico para a gestão dos projetos federais de obras públicas.