Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, declarou que a sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump, é uma reação esperada em resposta aos ataques do ministro Alexandre de Moraes e do presidente Luis Inácio Lula da Silva ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida, imposta pelos EUA, seria uma resposta política a esses ataques.
Em seu perfil no X, Beattie afirmou, em inglês, que o presidente Trump aplicou essa sanção contra a Suprema Corte liderada por Moraes e o governo Lula por prejudicarem a liberdade de expressão e o comércio americano, considerando tais ações vergonhosas e incompatíveis com a tradição democrática brasileira.
No domingo, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, defendeu a independência do Judiciário e criticou a taxação dos EUA.
Beattie alertou que os EUA estarão vigilantes sobre as declarações de Trump e reforçou a crítica do presidente americano ao julgamento do ex-presidente Bolsonaro, classificando-o como uma ‘desgraça internacional’ e uma ‘caça às bruxas’ que deve ser encerrada imediatamente.
A embaixada dos EUA no Brasil apoiou a declaração do subsecretário ao replicar a postagem em sua conta oficial.
O Subsecretário de Diplomacia Pública é responsável por fortalecer as relações dos EUA com outros países, buscando envolver e informar o público estrangeiro sobre os interesses americanos.
Dimensão política da tarifa
O senador Flávio Bolsonaro afirmou à Globonews que a sanção de Trump tem motivações políticas e econômicas, destacando que o presidente americano observa os caminhos políticos adotados pelo governo Lula na América do Sul.
As novas taxas entrarão em vigor no dia 1º de agosto. Até lá, o governo brasileiro tenta negociar uma solução, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, com a formação de um comitê interministerial.
Autoridades do governo e opositores, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também estão engajados nas negociações para adiar ou reverter o aumento da tarifa.
Por outro lado, o blogueiro Paulo Figueiredo, aliado de ex-presidentes e do deputado Eduardo Bolsonaro, avalia que as tentativas do governador de São Paulo podem atrapalhar as negociações para um possível perdão que evitaria as taxas.
Estadão Conteúdo