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terça-feira, 11/11/2025




Tarifas causam impacto negativo nos EUA, alertam especialistas

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Desde que voltou à presidência, Donald Trump adotou tarifas como meio de influenciar o comércio internacional e tentar mudanças políticas.

Ao anunciar ou ameaçar aplicar tarifas sobre um país ou produto, ele busca corrigir comportamentos que considera prejudiciais. Porém, especialistas indicam que essa estratégia não tem trazido os resultados esperados.

Marcello Estevão, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais, afirma que sanções e tarifas podem funcionar em situações específicas, quando há apoio amplo, mas usadas constantemente tendem a ter efeito contrário.

No Brasil, Trump fez pedidos como a libertação de Jair Bolsonaro e a não regulamentação das grandes empresas de tecnologia. Apesar disso, Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal e o governo brasileiro avançou com propostas para regular as gigantes tecnológicas.

Para a China, os pedidos incluíram redução nos controles sobre a exportação de minerais raros, usados na produção de chips e equipamentos tecnológicos. Essas restrições surgiram durante a guerra comercial iniciada pelos EUA, mas os dois países acabaram fazendo uma trégua que diminuiu as tarifas e permitiu um fluxo parcial desses materiais.

Lucas Ferraz, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, observa que as tarifas podem funcionar contra economias menores, mas não têm o mesmo efeito em grandes países.

Vinicius Rodrigues Vieira, professor de Relações Internacionais da FGV e de Economia da Faap, diz que as ações dos EUA são uma tentativa desesperada de conter o crescimento da China, mas os instrumentos empregados são fracos diante da capacidade tecnológica chinesa.

Antes mesmo da posse de Trump, foram ameaçadas e anunciadas tarifas diversas vezes, criando insegurança nos mercados. A alíquota média nos EUA subiu para o maior nível desde 1934, atingindo 17,9%. Países como Brasil, China e Índia foram bastante afetados.

Essas tarifas geraram aumentos na inflação para os consumidores americanos, com preços da carne e do café subindo consideravelmente. No mercado de trabalho, houve queda nas vagas especialmente no setor produtivo desde abril.

Vinicius destaca que, até fevereiro, os EUA viviam período de deflação, mas pelo efeito das tarifas, a inflação passou a crescer. Ele alerta que o custo desse cenário está chegando ao consumidor e aos trabalhadores que esperavam uma revitalização da indústria americana.

Esses fatores contribuíram para a queda na popularidade de Trump, com aprovação chegando a 37%, o menor índice do seu segundo mandato, enquanto a insatisfação com o governo alcançou 68%.

Nas recentes eleições, o partido Democrata conquistou vitórias importantes em locais como Nova York, Virgínia e Nova Jersey. Em 2024, os americanos voltarão às urnas para renovar metade do Congresso.

Vinicius ressalta que, se a situação econômica não melhorar, o Partido Republicano pode enfrentar uma grande derrota em 2026.

Ele conclui que será possível avaliar se os eleitores ainda darão uma chance para Trump conduzir um segundo mandato de forma estável.




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