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quarta-feira, 13/08/2025

Tarifa dos EUA: Lula reage e pressão aumenta contra Rússia

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Em 1º de agosto de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que elevou para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros. Ele justificou a medida como resposta ao que chamou de “caça às bruxas” contra seu aliado político, o ex-presidente Jair Bolsonaro, promovida pelo sistema judiciário brasileiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que essa data seria um momento importante para a soberania do Brasil. Lula rejeitou pedidos para suspender o processo judicial contra Bolsonaro e destacou a independência do Poder Judiciário no país. Apesar de criticar a interferência dos EUA, Lula deixou claro que o Brasil está aberto a negociações justas, sem pressões externas.

Em resposta às tarifas, o governo brasileiro aplicou a Lei de Reciprocidade, aprovada pelo Congresso em abril, que permite contramedidas como tarifas, investimentos e restrições tecnológicas contra os Estados Unidos, uma resposta inédita nas relações bilaterais recentes.

Repercussões no Brasil

A reação dos brasileiros foi intensa. Nas redes sociais, vários memes surgiram como protesto cultural. Nas grandes cidades, setores como café, suco de laranja, carne e aeronáutica organizaram manifestações públicas.

Estimativas indicam que mais de 10 mil empresas brasileiras poderão ser afetadas. Em São Paulo, espera-se uma redução de 2,7% do PIB estadual e a perda de até 120 mil empregos, principalmente no setor agroindustrial. Para minimizar os impactos, o governo adotou medidas similares às da pandemia, incluindo pacotes de auxílio, financiamento pelo BNDES e flexibilização fiscal para grupos vulneráveis, visando preservar empregos.

Impactos políticos: Bolsonaro perde força

A ação dos EUA, inicialmente vista como apoio a Bolsonaro, teve efeito oposto. Pesquisa da Genial/Quaest indica que 72% dos brasileiros desaprovam as tarifas em defesa do ex-presidente, enquanto só 19% apoiam.

Ao mesmo tempo, a aprovação de Lula subiu de 40% para 43%. Pesquisa Atlantium Bloomberg revela que, pela primeira vez desde outubro de 2024, a aprovação de Lula chegou a 50,2%, ultrapassando a desaprovação de 49,7%. Em um cenário hipotético de segundo turno, Lula teria 47,8% das intenções de voto contra 44,2% de Bolsonaro.

Publicações internacionais destacam que o episódio criou um sentimento nacionalista no Brasil, fortalecendo a imagem de Lula como defensor patriótico diante da pressão externa, enquanto a narrativa da direita enfraqueceu. Bolsonaro, associado a Trump, teve sua imagem prejudicada.

Tensão nos EUA com sanções à Rússia

Enquanto o conflito comercial Brasil-EUA aumentava, o Senado dos EUA, comandado pelos senadores Lindsey Graham e Richard Blumenthal, propôs o “Sanctioning Russia Act of 2025”. O projeto sugere sanções a países que mantenham comércio com a Rússia, principalmente na compra de petróleo russo com desconto.

Brasil, China e Índia foram citados como apoiadores indiretos da guerra da Rússia. Embora diferente das tarifas impostas por Trump, a aprovação das sanções dificultaria ainda mais as relações comerciais entre Brasil e EUA e complicaria a política externa brasileira.

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