O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estará novamente em Brasília nesta segunda-feira para tentar garantir apoio político para um projeto que concede anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir 27 anos e 3 meses de prisão inicialmente em regime fechado.
Ele foi considerado culpado por crimes como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e dano a patrimônio protegido. Outros sete réus também foram condenados. Essa condenação colocou a votação da anistia como um teste importante para Tarcísio.
Tarcísio afirmou que Bolsonaro e os outros réus estão sofrendo uma sentença injusta com punições exageradas. Ele é visto como possível candidato para substituir Bolsonaro nas eleições do próximo ano, após a condenação.
Segundo o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eduardo Grin, Tarcísio enfrenta uma difícil decisão: se não conseguir aprovar a anistia, será visto como fraco pelo grupo bolsonarista; mas se insistir, pode perder apoio de setores democráticos e do grupo político conhecido como Centrão.
O Centrão quer pressionar o Congresso por uma versão mais branda da anistia, como um favor para Bolsonaro. Em troca, eles esperam que Bolsonaro escolha Tarcísio como seu sucessor para as eleições do ano que vem.
Uma anistia mais ampla, que beneficiaria os envolvidos e planejadores do golpe, enfrenta resistência tanto no Supremo Tribunal Federal quanto no Congresso.