Uma ala do partido Republicanos acredita que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, continuará na disputa pela reeleição, pelo menos por enquanto. Isso ocorre devido à maior probabilidade de vitória, já que o político possui boa avaliação e lidera as pesquisas eleitorais.
Apesar das pressões do Centrão para que Tarcísio concorra à presidência, seus aliados afirmam que ele deseja permanecer como governador no momento. A decisão definitiva será tomada entre dezembro e janeiro.
Além do Republicanos, partidos como União Brasil, PP e PSD também são favoráveis a uma candidatura de Tarcísio contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Atualmente, essas siglas fazem parte do governo petista, porém já sinalizam apoio a um candidato opositor. A avaliação do Centrão é que apenas uma candidatura unificada da direita terá chances contra Lula.
Caso opte pela presidência, Tarcísio precisará deixar o cargo de governador em abril, perderá o suporte da máquina pública e enfrentará Lula, que disporá dos recursos federais durante a campanha. Os aliados consideram que a reeleição oferece um cenário mais confortável, mesmo com as cobranças para que dispute o Planalto. Também aguardam a posição do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre seu apoio.
Bolsonaro ainda não decidiu e indica que não tomará uma decisão em breve. Apesar da pressão, ele evita definir sua posição no momento, estando em prisão domiciliar e enfrentando julgamento no STF, além de estar inelegível até 2030.
Dentro da família, o deputado Eduardo Bolsonaro critica a possível candidatura de Tarcísio. Comunicações públicas apontam que ele considera Tarcísio “não ser a solução” e fez declarações veladas criticando o Centrão.
Enquanto isso, o governador discursou como presidenciável em evento do grupo Esfera, criticando a política externa do governo Lula, defendendo a redução no número de ministérios e defendendo a ideia de “crescer 40 anos em 4”.
Dentro do Republicanos, há a avaliação de que, se Tarcísio concorrer à reeleição, permanecerá no partido. Caso queira disputar a presidência, a expectativa é que migre para o PL, especialmente se contar com o apoio de Bolsonaro, devido à maior estrutura partidária, tempo de TV e fundo eleitoral no PL. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que, caso Tarcísio seja candidato presidencial, ele deixará o Republicanos pelo PL.
Se Tarcísio não for candidato, uma parte do Republicanos deseja que o partido apoie o candidato indicado por ele. Entretanto, outra parte acredita que, sem sua candidatura, os diretórios estaduais poderão ter mais liberdade para escolher seus candidatos, o que pode dividir a sigla.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, filiado ao Republicanos, declarou que trabalhará para a reeleição de Lula, independentemente da decisão de Tarcísio.
Integrantes do partido já admitem que possíveis divisões ocorrerão, como em eleições anteriores, e consideram que isso não será um problema.