O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que não vai investir na implementação de mais câmeras no uniforme de policiais militares e que os equipamentos não protegem os cidadãos. A declaração foi feita em entrevista ao Bom Dia SP nesta terça-feira e vai contra o que especialistas em segurança pública defendem.
— A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma — declarou Tarcísio.
Em dezembro, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo negou um recurso e manteve uma decisão que desobrigava o uso de câmeras corporais em operações da PM. O colegiado alegou que a obrigação traria “grave lesão à economia”.
A decisão se dá na esteira da Operação Escudo, deflagrada no fim de julho no Litoral Sul paulista e que resultou em 28 mortes, motivando críticas e denúncias por supostos abusos. Durante a operação, o governo paulista reconheceu que nem todos os policiais tinham câmeras corporais e também que parte dos PMs que possuíam o equipamento estava com a câmera desligada no momento em que houve alegados confrontos com suspeitos.
Na entrevista desta terça, o governador defendeu a contratação de mais agentes nas ruas e disse preferir investir mais em monitoramento do que na fiscalização do trabalho dos policiais:
— Preciso investir pesado em monitoramento. Isso custa muito dinheiro. É a melhor aplicação do recurso que a gente está buscando para proteger o cidadão — disse ele.
Ele também defendeu ter mais cinco mil homens no Centro da capital paulista neste ano e 500 viaturas atuando na região. A violência na região central, em especial devido à circulação dos usuários de drogas na Cracolândia, agravou a sensação de insegurança dos moradores da cidade nos últimos anos.
— Se você aumenta policiamento ostensivo, você vai fazer menos abordagem porque vai dissuadir o crime. E combinar mais investimento em iluminação pública para dissuadir o crime, porque iluminação pública afasta o criminoso.