Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou diante do juiz responsável por sua audiência na Itália que não deseja ser extraditado para o Brasil. A solicitação de extradição foi feita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A audiência realizada na segunda-feira (6/10) seguiu o procedimento padrão, no qual o investigado é informado sobre o pedido de extradição e pode manifestar sua aceitação ou recusa. Durante o encontro, Tagliaferro reafirmou seu desejo de permanecer na Itália, alegando estar sofrendo perseguições, citando o bloqueio de suas contas bancárias e o mandado de prisão emitido contra ele.
Em vídeo compartilhado nas redes sociais, o ex-assessor relatou que a audiência foi muito positiva e que foi bem recebido pelo magistrado italiano. Ele expressou otimismo sobre as próximas etapas do processo.
Tagliaferro é alvo de um pedido de extradição do governo brasileiro após determinação do ministro Alexandre de Moraes, devido ao vazamento de mensagens entre assessores do ministro. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O ex-assessor é suspeito de ter divulgado informações sigilosas, incluindo petições e diálogos internos de servidores ligados ao ministro. Em abril, a Polícia Federal (PF) já havia indiciado Tagliaferro.
Atualmente, suas contas bancárias estão bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes e a Justiça italiana proibiu sua saída do país, determinando que ele informe às autoridades sobre seu paradeiro. A corte italiana negou o pedido de prisão preventiva contra o ex-assessor.