O voto da deputada Tabata Amaral do PDT a favor da reforma da Previdência levantou uma discussão importante sobre a atuação dos partidos políticos. Trinta e quatro parlamentares contrariaram as orientações de voto das bancadas que fazem parte.
Eles estão sujeitos a punições e até ameaçados de serem expulsos das legendas.
Desde quarta-feira (10), quando a deputada Tabata Amaral saiu em defesa das mudanças na aposentadoria, ela e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, trocaram farpas em relação ao tema.
Neste domingo (14), a parlamentar usou o espaço que tem no jornal Folha de São Paulo para, segundo ela, fazer uma provocação saudável sobre o ocorrido.
Tabata criticou as estruturas antigas de comando de muitos partidos e afirmou que muitas siglas já não representam de fato a sociedade. De acordo com a deputada, a renovação política que está em curso, na qual ela diz fazer parte, agrava o quadro de conflitos internos dos partidos, mas que é racional pensar no Brasil.
A reflexão de Tabata Amaral foi feita quase um ano depois dela, junto com o então presidenciável Ciro Gomes, lançar a candidatura a deputada federal.
O ex-governador do Ceará, que defende a saída da deputada do PDT, disse neste sábado (13) que está sofrendo com essa questão já que foi ele quem a estimulou para entrar na política.
Para Ciro Gimes, a parlamentar fez “dupla militância” e criticou a atuação do movimento a qual Tabata participa, chamado de “Acredito”.
No entanto, o porta-voz do movimento, Arthur Queiroz Silva afirma que antes das eleições o PDT assinou um compromisso com o “Acredito” dando autonomia para os candidatos dentro do partido e que Ciro Gomes sabia dessa condição.
Arthur também saiu em defesa do movimento e disse que eles só recebem dinheiro de pessoas físicas.
Fundado em 2017, o movimento fundado por Tabata Amaral tem como principais bandeiras a renovação da política, o combate à desigualdade e a rejeição à polarização.