O Sistema Único de Saúde (SUS) comemora 35 anos de existência, sendo reconhecido pelo Ministério da Saúde como o maior sistema público, gratuito e universal do mundo.
O SUS foi criado a partir de um movimento importante na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, e foi formalizado na Constituição de 1988, que declarou que a saúde é um direito de todos e responsabilidade do Estado.
Antes da criação do SUS, somente trabalhadores formais ligados à Previdência Social tinham acesso garantido a hospitais públicos, beneficiando cerca de 30 milhões de pessoas. Para os demais, as opções eram caridade, instituições filantrópicas ou pagamento direto. Atualmente, toda a população tem direito ao atendimento gratuito pelo SUS.
Dados oficiais indicam que 76% da população brasileira, que soma 213,4 milhões de pessoas, depende diretamente do SUS, que realiza cerca de 2,8 bilhões de atendimentos por ano e conta com 3,5 milhões de profissionais.
Saúde da Família
Uma das iniciativas importantes do SUS é a Estratégia Saúde da Família (eSF), criada em 1994, focada na atenção básica. As equipes da eSF estão presentes em todo o país e oferecem serviços como promoção da saúde, prevenção, diagnósticos e tratamentos em unidades básicas de saúde, inclusive em regiões remotas e para povos indígenas.
Transplantes
O Brasil possui a maior rede pública de transplantes do mundo. Em 2024, o SUS alcançou um recorde com 30 mil transplantes realizados e também oferece medicamentos imunossupressores para pacientes transplantados.
Vacinação
O SUS mantém o maior programa público de vacinação da América Latina, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que oferece atualmente 48 imunobiológicos, incluindo 31 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas. Essas ações contribuíram para a erradicação da poliomielite em 1994 e para a recertificação do Brasil como livre de sarampo.
Além disso, o Brasil foi pioneiro na oferta da vacina contra a dengue, que é aplicada em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.
Outros Destaques
O SUS também criou diversos programas importantes, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em 2003; o programa Brasil Sorridente, Farmácia Popular e Hemobrás em 2004; a Rede Alyne (anteriormente Rede Cegonha) em 2011; e o Programa Mais Médicos em 2013.
Desde 2023, o governo federal tem investido para fortalecer a produção nacional de medicamentos, equipamentos e vacinas, com a expectativa de que, em até dez anos, 70% das necessidades do SUS sejam atendidas pelo Brasil.
Desafios
Um dos grandes desafios do SUS é o tempo de espera para atendimento. Para resolver isso, foi criado o programa Agora Tem Especialistas, focado em oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.
Outra iniciativa é a expansão da telessaúde, que pode reduzir o tempo de espera em até 30% e, em 2024, registrou 2,5 milhões de atendimentos.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saúde visa ampliar a infraestrutura, com a construção de novas unidades básicas de saúde, salas de teleconsulta, unidades odontológicas móveis, policlínicas, maternidades, centros de atenção psicossocial e ambulâncias.
A meta do governo é tornar o serviço de emergência universal até o final de 2026, incluindo atendimento 24 horas em territórios indígenas com profissionais bilíngues.