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quarta-feira, 27/08/2025

SUS adota exame de DNA para substituir papanicolau

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O Ministério da Saúde começou a distribuir gradualmente o exame DNA-HPV, que irá substituir o papanicolau no rastreamento do câncer de colo do útero pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Este teste, que utiliza a secreção do colo do útero, identifica 14 tipos do papilomavírus humano (HPV) com maior potencial de causar câncer. O DNA-HPV será usado como teste inicial, enquanto o papanicolau será empregado apenas para confirmar casos positivos.

O que é o HPV?

A infecção pelo papilomavírus humano é comum e causa lesões na pele dos órgãos genitais tanto de homens quanto de mulheres. Essas lesões podem variar em textura e cor e são contagiosas, embora geralmente não causem dor. Muitas vezes, os sintomas são silenciosos, por isso a prevenção é fundamental, com destaque para a vacinação.

A substituição do exame vai começar em uma cidade de cada estado selecionado, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Distrito Federal.

A meta é que até dezembro de 2026, o exame DNA-HPV esteja disponível em toda a rede pública do país, beneficiando cerca de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos anualmente.

Alexandre Padilha, ministro da Saúde, afirmou que a estrutura do SUS permitirá uma implantação mais rápida do exame do que em outros países que demoraram anos para isso. Ele destacou o aproveitamento da infraestrutura desenvolvida na pandemia para testes de biologia molecular, acelerando a identificação do HPV e o início do tratamento, o que pode salvar muitas vidas.

Como funciona o exame de DNA?

A coleta é semelhante à do papanicolau, retirando secreção do colo do útero. A diferença está no envio do material para análise do DNA viral em laboratório. A tecnologia permite detectar o vírus antes do aparecimento das lesões, facilitando o diagnóstico precoce e reduzindo exames desnecessários.

Mulheres com resultado negativo poderão fazer o exame a cada cinco anos. O método foi desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A decisão de substituir o exame foi baseada em avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que considerou o DNA-HPV mais preciso e justificou o investimento.

Estudos indicam que o DNA-HPV consegue detectar a infecção até dez anos antes das lesões identificadas pelo papanicolau, aumentando as chances de tratamento eficaz e diminuindo a mortalidade.

HPV e prevenção

O HPV é a principal causa de câncer do colo do útero, que é o terceiro tipo mais comum entre mulheres brasileiras. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima cerca de 17 mil casos novos por ano e 20 mortes diárias no país, com maior incidência nas regiões Norte e Nordeste.

A vacinação contra o HPV, disponível pelo SUS, é recomendada principalmente para meninas de 9 a 14 anos, com aplicações também em grupos específicos até 45 anos, como pessoas imunossuprimidas ou em tratamento oncológico.

Segundo o Ministério da Saúde, a combinação entre a vacinação e o rastreamento pelo DNA-HPV contribui para a redução da doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o DNA-HPV como padrão para o rastreamento do câncer de colo do útero, sendo parte do esforço global para eliminar esta doença como problema de saúde pública até 2030.

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