Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira (25/7) a ocorrência de nove casos de sarampo em Campos Lindos, no Tocantins, cidade localizada a 500 quilômetros da capital, Palmas. Os casos suspeitos estavam sob acompanhamento desde o começo da semana.
De acordo com o órgão, os infectados pertencem a uma comunidade de aproximadamente 400 pessoas que, por motivos culturais, costumam não se vacinar, o que pode ter facilitado a propagação do vírus.
A infecção foi comprovada após exames realizados em laboratório estadual, com confirmação pela Fundação Oswaldo Cruz. Alguns dos infectados relataram ter viajado recentemente à Bolívia, país que enfrenta um surto de sarampo em 2025.
Técnicos do Ministério estão atuando em Campos Lindos desde o início da semana para conter a disseminação da doença. Foram iniciadas ações de bloqueio e busca ativa, com mais de 280 residências visitadas e 644 doses da vacina aplicadas. Até o momento, 660 pessoas estão sob monitoramento.
O que é o sarampo?
O sarampo retornou ao Brasil após eliminação em 2016, principalmente devido à queda na cobertura vacinal. No início de 2025, o país havia sido novamente declarado livre da doença.
A doença é extremamente contagiosa, e o vírus pode permanecer no ambiente por até 24 horas, sendo muito mais transmissível do que vírus como o da gripe e da Covid-19.
O sarampo pode causar complicações sérias, como pneumonia e encefalite, especialmente em crianças com menos de 5 anos, podendo levar à morte.
A vacinação com a vacina tríplice viral é a principal forma de prevenção, recomendada em duas doses aos 12 e 15 meses de idade.
Em casos de surtos, o Ministério da Saúde indica uma dose da vacina para crianças a partir de 6 meses e reforço vacinal para adultos.
Repercussão e medidas nacionais
Com a confirmação dos casos no Tocantins, o Brasil contabiliza 14 ocorrências de sarampo em 2025. Outros registros foram feitos no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Embora os casos sejam numerosos, o Ministério da Saúde avalia que são importados, sem transmissão local sustentada. A certificação do país como livre do sarampo, concedida no ano passado, permanece válida.
No entanto, surtos em países vizinhos aumentam o risco de reintrodução do vírus no Brasil.
Para evitar novos surtos, o governo reforça a importância de vacinação. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível no SUS para crianças e adultos até 59 anos, em esquema de duas doses.
A cobertura vacinal ideal é de 95%, mas em 2025 apenas 91,7% das crianças receberam a primeira dose e 72,7% completaram a imunização, com índices abaixo da média nacional no Tocantins.
O sarampo é altamente transmissível e potencialmente mortal, especialmente em crianças pequenas. A resposta rápida através do diagnóstico e isolamento dos casos é fundamental.