29.5 C
Brasília
segunda-feira, 08/09/2025

Supermercados procuram soluções verdes para cortar desperdício

Brasília
céu limpo
29.5 ° C
29.5 °
29.5 °
17 %
1.5kmh
0 %
seg
30 °
ter
32 °
qua
33 °
qui
33 °
sex
35 °

Em Brasília

O setor de comércio, especialmente o varejo, conecta a produção industrial ao consumidor final. Ele pode influenciar hábitos, tendências e comportamentos de consumo. Contudo, nas discussões sobre economia sustentável, a atenção costuma se voltar majoritariamente para as grandes indústrias ou o agronegócio.

“O varejo desempenha um papel crucial na transição para modelos econômicos mais sustentáveis e acessíveis para a população brasileira”, afirma Susy Yoshimura, diretora sênior de Sustentabilidade do Grupo Carrefour.

Segundo ela, o varejo tem potencial para ser um agente importante nas ações e debates sobre a preservação ambiental. “Ele pode e deve atuar como um agente de transformação ao conectar fornecedores, clientes e parceiros, promovendo práticas mais conscientes, eficientes e inclusivas. Isso envolve repensar desde a seleção dos produtos até a operação logística, abordando aspectos como rastreabilidade, segurança alimentar, biodiversidade, desperdício e economia circular”, completa.

O Grupo Carrefour, conforme a diretora, planeja reduzir suas emissões de gases de efeito estufa nos escopos 1 e 2 em 50% até 2030 e em 70% até 2040. Para o escopo 3, o grupo desenvolve o projeto 20 Megatons, que estimula seus fornecedores a assumirem compromissos semelhantes de redução das emissões, sendo que a não adesão pode resultar em descredenciamento ou diminuição da representatividade nas compras.

Medidas

O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Paulo Teixeira, ressalta que mesmo pequenas ações exigem planejamento cuidadoso no varejo e sua relação com os consumidores.

“Há algum tempo, alguns supermercados passaram a cobrar pela sacola plástica. Realizamos um estudo em conjunto com a FEA (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo) e verificamos que isso impactou significativamente a renda de algumas famílias, pois passaram a adquirir sacos plásticos para guardar o lixo, o que antes faziam com a sacola gratuita. Para quem ganha cerca de 10 salários mínimos, não é um problema, mas para famílias com renda de dois ou três salários mínimos, faz diferença”, observa.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) de 2021, aproximadamente 17% dos alimentos disponíveis são desperdiçados mundialmente, o que equivale a 121 quilos por pessoa por ano. No Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% da produção de alimentos se perde antes de ser consumida, totalizando 45 milhões de toneladas anualmente.

Uma parcela considerável desse desperdício ocorre nos supermercados. Por isso, a Associação Brasileira de Supermercados defende o aumento do incentivo fiscal para doação de alimentos. Atualmente, a dedução do imposto de renda para pessoas jurídicas do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) é limitada a 2% para alimentos embalados doados dentro do prazo de validade e para alimentos in natura doados segundo normas sanitárias.

O projeto apoiado pela associação, já aprovado pelo Senado Federal e em análise na Câmara dos Deputados, propõe ampliar esse limite para 5%.

Veja Também