O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu, por unanimidade, um habeas corpus ao delegado Allan Turnowski, que foi secretário da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ).
A decisão aconteceu na terça-feira, dia 12 de agosto, e espera-se que ele seja liberado da prisão em breve.
Allan Turnowski estava detido desde o dia 6 de maio, acusado de estar envolvido com o jogo do bicho e também suspeito de planejar o assassinato de Rogério de Andrade, um contraventor.
O advogado do delegado, Ary Bergher, explicou que Turnowski já respondia ao processo em liberdade há quase três anos, cumprindo todas as restrições impostas, e que a prisão recente foi decretada sem novas evidências e por um juiz que não tinha competência para o caso.
O STJ aceitou esses argumentos e determinou a soltura imediata de Turnowski.
Ele terá que cumprir algumas condições, como entregar o passaporte, não poder sair do país, evitar o acesso a órgãos policiais do Rio de Janeiro e não se comunicar com outros investigados.
Em 17 de junho deste ano, Turnowski havia sido libertado por decisão liminar do desembargador Marcius da Costa Ferreira, mas menos de um mês depois, desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio decidiram por unanimidade que ele voltasse para a prisão.
Sobre Allan Turnowski
Allan Turnowski, 54 anos, liderou a Polícia Civil do Rio de Janeiro em dois mandatos: de 2009 a 2011 e novamente a partir de 2020. Ele foi responsável por operações de grande impacto, como a retomada do Complexo do Alemão e a intervenção no Jacarezinho em 2021, a mais letal da história do estado, com 28 mortos.
Deixou o cargo no começo de 2022 para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, recebendo apoio do governador Cláudio Castro, pelo Partido Liberal (PL).
Durante sua carreira, acumulou mais de 30 honrarias, mas também foi alvo de investigações, como na Operação Guilhotina da Polícia Federal em 2011, que investigava o vazamento de informações para traficantes e grupos milicianos.