A defesa do tenente-coronel Mauro Cid iniciou sua participação no julgamento da ação penal sobre a suposta trama golpista negando que seu cliente tenha sido coagido pela Polícia Federal ou pelo ministro Alexandre de Moraes em sua delação premiada. A defesa de outros réus tem feito essa alegação e tentado desacreditar e derrubar a delação de Mauro Cid.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, na tarde desta terça-feira (2/9), o julgamento da ação penal sobre a suposta trama golpista atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus do núcleo 1. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o grupo tentou anular as eleições de 2022 para manter Bolsonaro no poder.
Pela manhã, foi realizada a leitura do relatório da Ação Penal nº 2.668 pelo ministro relator Alexandre de Moraes, seguida do pedido de condenação feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra Bolsonaro e os sete réus. À tarde, os advogados dos réus iniciaram as sustentações orais.
A sessão vespertina começou com a fala do advogado Jair Alves Pereira, representante da defesa do delator Mauro Cid, que contestou a versão de que seu cliente teria sido coagido pela Polícia Federal.
Alexandre de Moraes destacou que o julgamento é parte do exercício legítimo do STF, que respeita o rito processual e o devido processo legal, assim como nas mais de 1.630 ações penais ajuizadas sobre a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
O procurador-geral Paulo Gonet ressaltou que, quando o presidente da República e o ministro da Defesa se reuniram com comandantes militares para discutir a fase final do golpe, o ato já estava em andamento.
Os advogados dos réus vão se revezar em suas defesas na seguinte ordem:
- Advogado do tenente-coronel Mauro Cid
- Defesa de Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin
- Advogado de Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
- Defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- Advogado de Augusto Heleno, general e ex-chefe do GSI
- Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro
- Advogado do general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira
- Defesa do general e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto
Cada defensor terá uma hora para apresentar sua sustentação oral perante a Primeira Turma do STF.