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domingo, 19/10/2025

STF só pode autorizar buscas no Congresso, dizem ministros

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu majoritariamente que juízes de instâncias menores não têm permissão para autorizar buscas e apreensões dentro do Congresso e nas residências funcionais dos parlamentares. Apenas o STF pode dar essa autorização, mesmo que o parlamentar não seja o alvo direto da investigação.

Até agora, os ministros Cristiano Zanin (relator), Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Dias Toffoli e Cármen Lúcia já votaram formando a maioria. A votação ficará aberta até a próxima sexta-feira.

Também foi decidido que o STF não precisa pedir permissão ao presidente da Câmara ou do Senado antes de permitir as buscas.

O caso foi iniciado pela Mesa do Senado e está no Supremo desde 2016. O julgamento está relacionado à PEC da Blindagem, que quer dar ao Congresso o poder de decidir sobre investigações contra parlamentares.

Impacto no mandato

O relator, ministro Cristiano Zanin, explicou que mesmo quando a investigação não mira diretamente o parlamentar, a busca em seu gabinete ou residência funcional afeta suas atividades parlamentares e seu mandato, o que justifica a competência do STF.

Segundo ele, uma busca feita no gabinete de um senador, mesmo que seja para investigar um assessor, acaba alcançando informações ligadas ao trabalho parlamentar.

O objetivo do STF é proteger o cargo público exercido, não a pessoa em si.

O exercício das funções parlamentares está ligado aos espaços do Congresso e às residências funcionais dos parlamentares, destacou Zanin.

O ministro Alexandre de Moraes também apresentou voto escrito, destacando que medidas de investigação nas Casas Legislativas podem afetar os parlamentares e não devem ser vistas como acidentais.

Ele reforçou que a intenção não é conceder foro privilegiado, mas garantir o respeito ao princípio do julgamento natural e ao devido processo legal, que exigem supervisão judicial pelas autoridades adequadas.

Estadão Conteúdo

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