O Supremo Tribunal Federal (STF) contará com um esquema reforçado de segurança durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. As sessões ocorrerão de 2 a 12 de setembro de 2025. Entre as medidas estão o bloqueio da Praça dos Três Poderes e a utilização de cães farejadores.
A segurança do tribunal trabalha em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para garantir a proteção. Serão empregados drones, detectores de metal reforçados e maior número de agentes. O efetivo do STF atuará em turnos contínuos.
Agentes judiciais de outros tribunais, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também foram convocados para reforçar a segurança.
Desde já, cerca de 30 agentes adicionais permanecem no STF durante a noite para garantir proteção 24 horas. São feitas inspeções semanais nas residências dos ministros como mais uma medida preventiva.
O STF informou que possui um planejamento específico para grandes eventos e julgamentos de interesse público, com equipes jurídicas e policiais designadas para atuar continuamente. As estratégias são constantemente revisadas para assegurar a segurança de todos os envolvidos.
A Polícia Militar do Distrito Federal também intensificará a patrulha em frente ao tribunal durante o período de julgamento e no feriado de 7 de setembro.
Detalhes do julgamento do núcleo principal
O presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, marcou para 2 de setembro o início do julgamento de Bolsonaro e seus aliados considerados parte do núcleo central da suposta tentativa de golpe. A decisão foi baseada em pedido do ministro Alexandre de Moraes.
Foram convocadas sessões extraordinárias nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, durante as manhãs, e também sessões na parte da tarde e no início da noite para a análise do caso.
Bolsonaro e aliados, incluindo o ex-ministro Walter Souza Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, são acusados de conspirar para impedir a posse do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e permanecer no poder após as eleições de 2022. O julgamento será presencial.
Réus do núcleo principal
- Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin, acusado de disseminar fake news sobre fraude eleitoral.
- Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, teria apoiado o golpe ao colocar tropas da Marinha à disposição.
- Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, acusado de auxiliar juridicamente o plano golpista, com evidências encontradas em sua residência.
- Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, participou de propagação de fake news sobre o sistema eleitoral.
- Jair Bolsonaro: identificado como líder da trama para se manter no poder.
- Mauro Cid: ex-ajudante de ordens e delator, participou de reuniões sobre o golpe.
- Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, teria submetido um decreto golpista aos comandantes militares.
- Walter Souza Braga Netto: ex-ministro e general da reserva, preso preventivamente por suspeita de obstrução das investigações e financiamento das ações golpistas.
As defesas dos réus alegam ausência de provas para a participação de seus clientes no planejamento do suposto golpe.
A Primeira Turma, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino, analisará o caso para decidir sobre a condenação ou absolvição dos acusados.